JUSTIÇA - 11/03/2024 21:18

Pastor, amante e genro são condenados em caso de traição e assassinato que chocou SC

Crime foi orquestrado pelo marido da vítima, que tentou despistar a polícia com pista falsa
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Mariane Kelly dos Santos morreu com 24 golpes de faca (Foto: Redes sociais, Reprodução)

Pastor, amante e genro foram condenados pelo assassinato de Mariane Kelly dos Santos. O crime bárbaro chocou Santa Catarina em abril de 2021, quando a mulher foi achada sem vida no Rio Itajaí-Açu, em Navegantes, com pés e mãos amarrados e o corpo com 24 perfurações a faca.

O caso, por si só, já apresentava requintes de crueldade, mas ganhou contornos ainda mais cruéis quando a polícia descobriu que o pastor, marido da vítima, orquestro o homicídio para ficar com a amante. Até o genro da ré ajudou na execução. Todos foram sentenciados na última sexta-feira (8).

Joedison Souza dos Santos, conhecido como pastor Jota, recebeu pena 29 anos e seis meses de cadeia. As investigações apontam que ele planejou todo o crime para poder ficar com a amante, uma vizinha que também era amiga de Mariane. Para despistar a polícia após o sumiço da esposa chamar atenção, disse que ela tinha entrado em um carro de aplicativo quando foi vista pela última vez ao sair do trabalho.

Shirlene da Silva dos Santos, a amante, foi condenada a 20 anos e nove meses e 18 dias de reclusão. Na verdade, conforme o inquérito, ela foi quem buscou a vítima no trabalho no dia do crime. Dentro do veículo estava Lucas Prazeres Fernandes, genro de Shirlene na época dos fatos. Ele teria sido o responsável por esfaquear Mariane até a morte. O rapaz foi sentenciado a 18 anos.

Os três vão cumprir a pena em regime fechado e não terão o direito de recorrer em liberdade.

A cronologia do crime

O Ministério Público sustenta ao sair do trabalho, em uma cafeteria que fica em um supermercado no bairro São João, em Itajaí, aceitou a carona de Shirlene para ir para casa. As duas eram vizinhas e amigas. Ao entrar no carro, a vítima foi surpreendida por Lucas e um menor de idade que estavam no veículo. Com o carro em movimento, eles a seguraram e, na sequência, passaram a golpeá-la com faca.

Segundo a ação penal, o sumiço de Mariane foi notado por pessoas próximas a ela. O marido alegava que ela havia pegado um carro de aplicativo, e a filha estranhou que a mãe não tinha enviado a localização. Em depoimento, uma colega de trabalho alegou que Mariane não usou a saída destinada para espera do carro de aplicativo.

A dona da cafeteria, por sua vez, começou uma busca por câmeras de segurança na vizinhança. Foi quando o carro usado no crime foi identificado.

Para ocultar o corpo, Shirlene dirigiu até a altura da ponte na BR-101, que liga Itajaí e Navegantes. Lá, os criminosos amarraram mãos e pés da vítima já morta, e lançaram o corpo no rio Itajaí-Açu. Em  seguida retornaram para a casa de Lucas, onde tomaram banho e se livraram das roupas sujas de sangue e, depois, partiram para a casa Shirlene.

Somente após a confirmação de que o plano tinha sido executado, o marido registrou um boletim de ocorrência do suposto desaparecimento da vítima. Ele teria orquestrado todo o ataque a acompanhado o passo a passo do assassinato da esposa por telefone. Com a finalidade de simular um assalto para induzir a perícia a erro, o carro usado no crime foi desconfigurado e abandonado em Navegantes.

Joedison e Shirlene planejavam ficar juntos e, por isso, teriam cometido o crime. O homem ainda se comprometeu em pagar R$ 2,5 mil a cada um dos homens que ajudaram no ataque.

Legado

Quatro meses após a morte de Mariane, o Centro de Evangelização Integrada, congregação religiosa da qual ela fazia parte, fundou a Casa Mariane, para prestar apoio a vítimas de violência doméstica e familiar. O projeto, implantado em agosto de 2021, é mantido pela igreja e tem uma equipe para dar assistência jurídica e psicológica a essas mulheres.

— O que aconteceu com a Mariane foi um choque para a comunidade evangélica que a vítima frequentava. A partir do que ocorreu, foi fundado o projeto. Ela sempre passou muita leveza, gentileza, distribuía sorrisos, e de repente é vítima de uma situação dessas. Não sabemos se já passava por um casamento abusivo. Então, não queremos que outras mulheres passem por isso, é que nós estejamos ali para ouvi-las e acolhê-las — afirma Danelise de Oliveira da Silva, diretora da Casa Mariane.

Fonte: nsc
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