Um relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostrou que o Brasil deixou a lista dos países com as menores coberturas vacinais infantis do mundo. Em 2021, o Brasil ocupava a sétima colocação da lista dos 20 países com os piores índices, ao lado de Índia, Afeganistão, México e Filipinas. O documento foi divulgado nesta segunda-feira (15).
Entre estes anos, o país registrou melhorias em 14 dos 16 imunizantes analisados pelos órgãos internacionais. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, relembra que o Brasil começou a ver a perda de conquistas importantes do programa de vacinação, como a erradicação da varíola e a eliminação da circulação do vírus da poliomielite.
“Mas nós revertemos esse cenário. Em fevereiro de 2023, logo que assumimos a gestão, demos largada no Movimento Nacional pela Vacinação, um grande pacto para a retomada das coberturas vacinais. O Zé Gotinha viajou pelo Brasil, levando a mensagem de que vacinas salvam vidas. E hoje, com o reconhecimento do Unicef e da Organização Mundial da Saúde, confirmamos que o Brasil se destacou positivamente com a retomada das coberturas vacinais”, defende.
Os imunizantes DTP1, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, e DTP3, administrada pelo programa nacional de imunização com o nome de vacina pentavalente, apresentaram bons resultados.
Os dados também mostram que a cobertura vacinal do imunizante DTP1, no ano passado, ficou maior em sete pontos percentuais do que a média global, com 96% e 89% respectivamente. Já no caso do outro imunizante, o índice brasileiro, de 90%, ficou seis pontos percentuais acima da média global, de 84%. As organizações ressaltam que, quando comparamos os anos de 2019 a 2023, os resultados apresentam um aumento de ficaram 20 pontos percentuais na cobertura.
HPV
Outros avanços
Entre os destaques de crescimento estão: as vacinas contra a poliomielite (VIP e VOP), pentavalente, rotavírus, hepatite A, febre amarela, meningocócica C (1ª dose e reforço), pneumocócica 10 (1ª dose e reforço), tríplice viral (1ª e 2ª doses) e reforço da tríplice bacteriana (DTP). Nos 13 imunizantes que apresentaram recuperação, a média de alta foi de 7,1 pontos percentuais, sendo que nacionalmente a que mais cresceu em cobertura foi o reforço da tríplice bacteriana, com 9,23 pontos, passando de 67,4% para 76,7%. Ao avaliar a cobertura vacinal entre os estados, a maioria apresenta melhoria na cobertura das 13 vacinas citadas.
Ao contrário do cenário nacional, os índices globais de vacinação mostraram que 2,7 milhões de crianças deixaram de ser vacinadas ou não completaram o esquema, em comparação com o cenário pré-pandemia “As últimas tendências demonstram que muitos países continuam a sentir falta de demasiadas crianças”, ressaltou Catherine.
Mais de metade das crianças não vacinadas vivem em 31 países com ambientes frágeis, afetados por conflitos e vulneráveis, onde as crianças são especialmente vulneráveis a doenças evitáveis devido a perturbações e à falta de acesso a serviços de segurança, nutrição e saúde.
Agenda de imunização 2030