“Mão Fantasma” - 16/07/2024 23:25 (atualizado em 16/07/2024 23:37)

Mais de 40 pessoas têm contas bloqueadas em operação que revelou roubo de dinheiro em SC

Deflagrada na última semana, a operação "Mão Fantasma" identificou que criminosos usavam falsas centrais telefônicas para roubar dinheiro a partir dos aparelhos celulares das vítimas
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Operação “Mão Fantasma” identificou que criminosos usavam falsas centrais telefônicas para roubar dinheiro a partir dos aparelhos celulares das vítimas – Foto: Gaeco/Reprodução

Nomeada “Mão Fantasma”, a operação deflagrada na última quarta-feira (10) para combater três organizações criminosas suspeitas de roubar dinheiro e praticar 250 fraudes cibernéticas já apresentou os primeiros resultados.

Ao todo, foram cumpridos 23 mandados de prisão preventiva e 55 de busca e apreensão na investigação conduzida pela Delegacia de Polícia de Ascurra, no Alto Vale do Itajaí, com apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas), por meio do CyberGAECO (Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos).

O objetivo da operação foi desmantelar as organizações criminosas especializadas em fraudes bancárias, especialmente nos golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”.

De acordo com o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), as três organizações criminosas são responsáveis por mais de 200 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas em Santa Catarina. Contudo, a investigação aponta que há possíveis vítimas em várias regiões do Brasil.

Segundo apurado pela investigação, os grupos criminosos podem ter movimento cerca de R$ 90 milhões em transações suspeitas nos últimos 10 anos.

Cerca de R$ 300 mil foram bloqueados desde o início da operação

Conforme o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), a representação policial e requerimento da Promotoria de Justiça da Comarca de Ascurra foram acatados pelo Poder Judiciário, que determinou o congelamento dos ativos financeiros de 44 pessoas físicas e jurídicas investigadas por lavagem de dinheiro. Cerca de R$ 300 mil já foram bloqueados.

Ainda segundo o MPSC, consumidores catarinenses já devem ter percebido a queda no número de SMS’s enviados e de chamadas indevidas, realizadas por falsas centrais de atendimento, resultado que ocorre desde o início da operação.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, três falsas centrais de disparos de SMS’s em massa e de ligações telefônicas foram identificadas e desmobilizadas pelos agentes.

Além disso, dois mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, foram expedidos pela Vara Única da Comarca de Turvo, nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará. Ainda não há detalhes sobre as cidades.

Como funciona o golpe para roubar dinheiro

Os criminosos atuavam em âmbito nacional, especializados em fraudes bancárias, especialmente na prática dos golpes conhecidos como “mão fantasma e acesso remoto” e na ação de “falsa central de atendimento”.

Para cometer o crime e roubar dinheiro, o grupo instalava aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência de valores.

A primeira investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia de Ascurra, no Vale do Itajaí, e que contou com o apoio técnico do CyberGAECO, teve início no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam a retirada de valores de contas bancárias.

O trabalho investigativo identificou os principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos, que simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras.

Na sequência, foram identificados os suspeitos de operar as falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados das vítimas, disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para depositar os valores roubados.

Uma investigação da Delegacia de Polícia de Turvo, com apoio da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, também foi instaurada a partir de ocorrência registrada por uma idosa de 70 anos que, acreditando estar em contato com funcionários de uma instituição financeira, foi enganada e realizou diversas transferências para os golpistas, gerando um prejuízo total de R$ 86 mil.

Fonte: ND+
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