A cobertura vacinal contra a doença poliomielite está abaixo de 50% em Santa Catarina, segundo um levantamento feito pelo Ministério Público, junto à Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive).
A poliomielite é uma doença viral muito contagiosa entre crianças de até cinco anos, que pode causar paralisia nos braços e pernas.
Conforme os dados, no período da campanha contra a poliomielite no estado, entre 27 de maio e 14 de junho, foram aplicadas 15.264 vacina injetáveis, para a atualização do esquema primário de crianças menores de um ano de idade.
Também foram aplicadas 168.633 vacinas orais, direcionadas a crianças de um a quatro anos. Conforme a contagem da Dive, a cobertura vacinal avaliada para a vacina oral representou 43,43% do público, muito abaixo da cobertura preconizada, que é de 95%.
"A campanha de vacinação contra a poliomielite terminou com números preocupantes de cobertura vacinal no estado. Por isso, estamos sugerindo às Promotorias de Justiça, respeitada a independência funcional dos membros, que analisem os dados coletados junto à DIVE em relação à quantidade de doses aplicadas e o percentual de cobertura alcançado em cada Gerência Regional de Saúde e em cada município. Dessa forma, poderão avaliar a necessidade ou não de atuar nos casos de baixa adesão à campanha, de modo a apurar possível ineficiência ou omissão do poder público na busca por atingir a cobertura vacinal mínima", explica o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública do MPSC, promotor de Justiça Douglas Roberto Martins.
A cidade de Santigo do Sul, na região Oeste de Santa Catarina, alcançou um percentual de 126% de imunizações na última campanha contra a poliomielite, ou seja, vacinou mais crianças que o número previsto. Da mesma forma, os municípios de Barra Bonita e Presidente Castello Branco atingiram 107% em relação à população imunizada.
Florianópolis, com quase 540 mil habitantes, alcançou apenas 17% da meta de imunizações, assim como Blumenau, que tem a terceira maior população e não ultrapassou os 24%.