INCENTIVO - 31/07/2024 09:44

SC pagará até R$ 40 mil para incentivar projetos de produtores de leite

Projeto Leite Bom SC quer valorizar cadeia produtiva leiteira de Santa Catarina
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Até agora, projetos já receberam investimento de aproximadamente R$ 8,9 milhões (Foto: Ricardo Trida, Secom)

Os pagamentos dos projetos do Financia Leite SC começaram a ser feitos pelo Governo do Estado nessa segunda-feira (29). A ação faz parte do Programa Leite Bom SC, que entrou em vigor em abril deste ano. O Financia Leite SC possibilita um empréstimo de até R$ 40 mil por produtor, sem juros e com subvenção de 30%, o que representa um abatimento de até R$ 12 mil no empréstimo. O prazo de pagamento é de 5 anos.

Até agora, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) recebeu 262 projetos do Financia Leite SC, o que resulta num montante de aproximadamente R$ 8,9 milhões no investimento do Estado. Na segunda, 15 produtores receberam os recursos, o que totaliza em R$ 500 mil.

Para ter acesso ao programa, os agricultores devem procurar a Epagri. Podem ser beneficiados aqueles que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

— O Leite Bom veio fortalecer e apoiar os nossos produtores, que tanto se dedicam. Aqui tem leite de qualidade, que merece e precisa ser valorizado. Com esse programa, estamos garantindo competitividade pro nosso produto — destaca o governador Jorginho Mello (PL).

Ronaldo Schlickmann é produtor de leite há seis anos em Braço do Norte, no Sul do Estado. Junto da esposa Bruna e do filho Henrique, os três atingem uma produção média diária de 350 a 400 litros de leite. O produtor é um dos que já assinou contrato do Financia Leite SC para investir em equipamentos.

— A gente ficou sabendo e resolveu ir à Epagri para saber mais sobre o Programa Leite Bom. Conseguimos adquirir uma roçadeira para melhorar a pastagem de verão e, até de inverno, para conseguir fazer um manejo melhor dos animais para aumentar a produtividade. O Governo do Estado vem nos ajudando nesses  programas, com essa aquisição. Pagando em cinco anos, a gente vai pagar 30% a menos do valor — enfatiza Ronaldo.

O programa deve beneficiar, além de Ronaldo, outros 22,2 mil produtores catarinenses, direta ou indiretamente. A iniciativa destinará R$ 300 milhões para fortalecer a cadeia produtiva leiteira do Estado pelos próximos três anos. O programa estadual é dividido em três ações:

Decreto sobre a importação;

Financiamentos aos produtores;

Incentivos fiscais para a indústria leiteira.

A determinação que suspende a concessão de benefícios fiscais para a importação de leite e derivados por Santa Catarina está em vigor. O projeto de incentivos fiscais para a indústria leiteira está em trâmite na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Financiamento aos produtores de leite

O financiamento não se limita ao Financia Leite SC, que é via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR). O Pronampe Leite SC, que equivale na subvenção de juros de 5% nos financiamentos agropecuários, também é destinado aos produtores enquadrados no Pronaf e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). O limite no enquadramento é de R$ 100 mil, com prazo de até oito anos para pagamento da subvenção.

Além do Financia Leite SC, que é via Fundo Estadual de Desenvolvimento Rural (FDR), há também o Pronampe Leite SC. Ele consiste na subvenção de juros de 5% nos financiamentos agropecuários. O limite de enquadramento é de R$ 100 mil com prazo de até oito anos para pagamento da subvenção. É destinado aos produtores enquadrados no Pronaf e Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). O desembolso segue a data de vencimento das parcelas do financiamento e os produtores também pode acessar o programa por escritórios da Epagri.

Juntos, os dois programas devem disponibilizar R$ 150 milhões para subsidiar juros de empréstimos bancários e conceder financiamentos sem juros. As ações querem garantir investimentos no sistema produtivo leiteiro.

Novo decreto

A regra que suspende a concessão de benefícios fiscais na importação de leite e derivados no Estado catarinense começou a valer no dia 21 de julho de 2024. Mesmo que a norma seja nova, este pleito é antigo para os produtores, que tiveram os negócios impactados pela entrada de produtos lácteos de países como a Argentina e o Uruguai, que acabam contribuindo para a produção local. Em Santa Catarina, a importação do leite em pó integral, por exemplo, cresceu 249% nos últimos dois anos.

Com o decreto, a importação só pode acontecer com o pagamento integral do imposto, que é de 7% a 17% nas operações, a depender do produto. Com os incentivos que estão sendo concedidos, a carga tributária média da importação de leite e derivados gira em torno de 1,4%.

A invasão de produtos importados no Estado representa, atualmente, um valor que equivale a 8% de toda a produção catarinense de leite e derivados. Com a restrição na entrada dos produtos estrangeiros, o crescimento do mercado para os produtores catarinenses subirá cerca de 10%, de acordo com uma projeção feita pelo Governo do Estado.

Incentivos fiscais estão em análise

Um projeto do governo catarinense que garantirá incentivos fiscais à agroindústria leiteira de Santa Catarina está em análise na Alesc. A iniciativa busca equacionar a competitividade no setor. Caso haja aprovação da legislação pelos deputados estaduais, serão concedidos, em três anos, R$ 150 milhões. No primeiro ano, o valor a ser concedido é de 75 milhões; no segundo, R$ 50 milhões e no terceiro R$ 25 milhões.

A iniciativa propõe crédito presumido para leite UHT, queijos e derivados do leite, além de equiparar parte dos benefícios dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul e preservar a competitividade da indústria catarinense.

Produção de leite em SC

Santa Catarina é o quarto produtor nacional de leite, apontam dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa) da Epagri. No ano passado, o Estado produziu mais de 3,3 bilhões de litros de leite, o que corresponde a 9,3% da produção do país, que tem 35,4 bilhões de litros. As regiões catarinenses com mais destaque no crescimento de produção são o Oeste e o Litoral Sul, consideradas as duas maiores bacias leiteiras.

— Com essas medidas em plena operação, o Governo do Estado demonstra o compromisso que tem com toda cadeia produtiva do leite. São mais incentivos para garantir mais competitividade, renda e qualidade do leite — afirma o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto.
Fonte: NSC
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...