O governo de Luiz Inácio Lula da Silva vai lançar, nesta quarta-feira (7), o Defesa Civil Alerta, projeto-piloto do sistema brasileiro de alertas contra desastres. Inicialmente, a nova tecnologia vai ser executada em 11 cidades brasileiras, distribuídas em sete estados do país.
A nova tecnologia vai ser executada nas seguintes cidades: Roca Sales (RS), Muçum (RS), Blumenau (SC), Gaspar (SC), Morretes (PR), União da Vitória (PR), São Sebastião (SP), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Indianópolis (MG), Petrópolis (RJ) e Angra dos Reis (RJ). Não há, por enquanto, previsão de expansão.
O anúncio será feito às 10h pelos ministros Waldez Goés (Integração e Desenvolvimento Regional) e Juscelino Filho (Comunicações). O evento vai ocorrer no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres, órgão do governo. A cerimônia vai contar também com a participação de representantes da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
A proposta será lançada pelo governo meses após a tragédia ambiental no Rio Grande do Sul. Segundo os últimos dados divulgados pela Defesa Civil do estado, no dia 10 de julho, 182 pessoas morreram em decorrência das enchentes e das chuvas. Ao todo, 2.398.255 pessoas e 478 municípios foram afetados. Outras 806 pessoas ficaram feridas.
O Brasil bateu recorde de ocorrência de desastres hidrológicos e geohidrológicos em 2023, com 1.161 eventos, segundo um estudo produzido pelo Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações.
Do total de eventos, 716 são hidrológicos, como transbordamento de rios, e 445 são de origem geológica, a exemplo de deslizamentos de terra. As ocorrências seguiram o padrão de locais para onde foram enviados os alertas feitos pelo órgão, com concentração nas capitais e regiões metropolitanas. O mapa aponta que a maioria está localizada na faixa leste do país.
Em relação aos alertas de desastres, o órgão nacional emitiu um total de 3.425 avisos para os municípios monitorados durante o ano passado, sendo 1.813 hidrológicos e 1.612 geológicos. É o terceiro maior quantitativo de emissão de sinais de tragédias desde a criação do órgão, em 2011.