Ícone do Cinema - 18/08/2024 09:03 (atualizado em 18/08/2024 09:36)

Morre o ator Alain Delon, ícone do cinema francês, aos 88 anos

Recentemente, seu filho Anthony revelou o desejo do artista de recorrer ao suicídio assistido
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Alain Delon era conhecido pelo filme O Samurai (1967) (Foto: Reprodução, IMDb)

O ator francês Alain Delon morreu aos 88 anos, neste domingo (18). Considerado um dos grandes galãs do cinema entre as décadas de 1960 e 1970, o artista enfrentava problemas de saúde desde 2019, quando sofreu um derrame. As informações são do g1.

Delon havia sido diagnosticado com linfoma de células B | Reprodução/Instagram

A notícia foi informada pela família: “Alain Fabien, Anouchka, Anthony e (seu cão) Loubo lamentam profundamente o falecimento de seu pai. Ele morreu tranquilamente em sua casa em Douchy, rodeado pelos seus três filhos e pela sua família. A família pede que respeitem sua privacidade neste momento de luto extremamente doloroso”, diz a nota enviada à imprensa francesa.

Em março deste ano, o filho de Alain, Anthony, revelou o desejo do pai de recorrer ao suicídio assistido, prática permitida na Suíça, onde Delon vivia, mas ilegal em muitos outros países, incluindo a França. Por conta das sequelas do AVC, o ator raramente deixava sua propriedade em Douchy, na região de Val de Loire, França.

Trajetória de Alain Delon

Antes de se tornar uma estrela de cinema, Delon, nascido Alain Fabien Maurice Marcel Delon em 8 de novembro de 1935, em Sceaux, Hauts-de-Seine, França, começou sua vida profissional como aprendiz de açougueiro, trabalhando ao lado do pai.

Mais tarde, alistou-se como fuzileiro naval e, em 1953, foi enviado ao sudeste asiático. Após ser dispensado em 1955, Delon fez vários trabalhos temporários e tornou-se amigo de alguns atores de cinema, com os quais compareceu ao festival de cinema de Cannes, em 1957.

Durante o festival, Delon chamou a atenção de um caçador de talentos do produtor americano David Selznick, que lhe ofereceu um contrato com a condição de aprender inglês. No entanto, após conhecer o diretor francês Yves Allégret, Delon decidiu seguir carreira na França.

Considerado um dos grandes galãs do cinema entre as décadas de 1960 e 1970, Delon estrelou mais de 80 produções cinematográficas, incluindo clássicos como O Sol por Testemunha (1959) e Cidadão Klein (1976).

Em fevereiro deste ano, a polícia apreendeu 72 armas de fogo e mais de 3 mil munições na casa do ator. Ele não tinha licença para possuir armas de fogo.

Repercussão da morte

O presidente francês, Emmanuel Macron, e outros atores internacionais usaram as redes sociais neste domingo (18) para lamentar a morte de Alain Delon. “Monsieur Klein ou Rocco, o Guepardo ou o Samurai, Alain Delon desempenhou papéis lendários e fez o mundo sonhar. Emprestando seu rosto inesquecível para virar nossas vidas de cabeça para baixo. Melancólico, popular, secreto, ele era mais que uma estrela: um monumento francês”, escreveu Macron.

Já Marine Le Pen, escreveu: “A lenda se foi. Alain Delon nos deixa órfãos da época de ouro do cinema francês que tão bem encarnou. É uma pequena parte da França que amamos e que vai embora com ele.”

A atriz Claudia Cardinale, que contracenou com Delon em O Leopardo (1963), afirmou: “As pessoas me pedem para colocar em palavras… mas a tristeza é intensa demais. Uno-me à dor de seus filhos, de seus entes queridos, de seus fãs… A bola acabou. Tancredi foi dançar com as estrelas. Por sempre tua, Angélica.”

Ícone do cinema francês, o artista conquistou os corações de milhões de fãs com suas interpretações icônicas de assassinos, bandidos e matadores de aluguel no auge do pós-guerra.

A decisão do suicídio assistido

A decisão de recorrer ao suicídio assistido foi um desdobramento de seu estado de saúde. Em 25 de março, o perfil oficial de Alain Delon no Instagram publicou o que muitos fãs interpretaram como uma mensagem de despedida.

“Gostaria de agradecer a todos que me acompanharam ao longo dos anos e me deram grande apoio. Espero que os futuros atores possam ver em mim um exemplo, não apenas no trabalho, mas na vida cotidiana, com suas vitórias e derrotas. Obrigado, Alain Delon.”

Pouco tempo depois, a conta foi apagada. Delon, que sofreu um AVC em 2019, mencionou várias vezes a possibilidade de recorrer ao suicídio assistido, especialmente após presenciar o sofrimento de sua esposa, Nathalie Delon. Ela também tinha a intenção de optar por essa prática, mas faleceu em 2021 devido a um câncer de pâncreas, antes de conseguir as autorizações necessárias.

Fonte: NSC
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