A Operação Maserati
III, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações
Criminosas (GAECO) em 10 de agosto de 2023, resultou no oferecimento de
denúncia pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Miguel do Oeste, com a
condenação de mais 43 réus, que estavam envolvidos em uma organização criminosa
voltada para o tráfico de drogas e outros crimes correlatos. As sentenças foram
publicadas no dia 9 de agosto de 2024.
A operação focou em
desmantelar a estrutura criminosa que operava principalmente na região do
extremo oeste catarinense, onde a organização estava tentando estruturar uma
base. A maioria dos criminosos condenados nesta fase são oriundos dessa região,
evidenciando o impacto local da operação.
Relembre a Operação Maserati
A Operação Maserati
foi batizada em referência ao nome que a facção criminosa utilizava para
identificar o Estado de Santa Catarina, como parte de sua estratégia de
expansão territorial. A facção atribuía nomes de carros a diferentes
estados.
A investigação conduzida
pelo GAECO, já na primeira fase, revelou que a intenção da facção era tomar as
cidades menores até chegar ao litoral para, assim, "dominar" o
estado. Os focos iniciais de expansão do grupo seriam São Miguel do Oeste,
Chapecó e Dionísio Cerqueira, pela proximidade com o Paraguai e a Argentina,
bem como Joinville, por conta da proximidade com os portos de Santa Catarina,
com o estado do Paraná e com a capital, Florianópolis.
Segundo a
investigação, para gerir toda essa atividade criminosa, foram criados cargos e
funções, como em uma empresa. Foram identificados cargos específicos para o
cadastro de potenciais faccionados, para gerir a venda de drogas e para tratar
de assuntos que envolviam todo o sistema prisional, por exemplo.
No decorrer da investigação
foram identificados e presos faccionados em diversas cidades brasileiras, mas
que atuavam em Santa Catarina.
As fases da Operação Maserati
A Operação Maserati
foi conduzida em várias fases, cada uma visando diferentes núcleos da
organização criminosa:
Fase 1: Deflagrada
em 25 de fevereiro de 2021, com 279 ordens judiciais cumpridas em 45 cidades e
seis estados, resultando em 136 prisões e 143 buscas e apreensões. Nessa fase,
143 réus foram condenados, com penas que ultrapassaram 20 anos para 75 dos réus
e uma pena máxima de 86 anos.
Fase 2: Deflagrada
em 9 de fevereiro de 2023, essa fase cumpriu 164 mandados judiciais, resultando
em 71 prisões e 93 buscas e apreensões. Essa etapa da operação culminou na condenação
de 108 réus, expandindo a abrangência da operação para 10 estados.
Fase 3: Deflagrada
em 10 de agosto de 2023, focada em alvos na região de Santa Catarina, resultou
em 52 mandados de busca e apreensão e 36 mandados de prisão. Esta fase culminou
nas recentes condenações de 43 réus.
Fase 4: Deflagrada
em 1º de fevereiro de 2024, com 34 mandados de busca e apreensão, resultando em
apreensões significativas de armas, drogas e equipamentos eletrônicos, o
processo ainda está em andamento.
Resultados
A Operação
Maserati, ao longo de suas fases, já resultou em um total de 294 condenações.
Entre os réus, 79 foram condenados a penas superiores a 20 anos de prisão. A
pena máxima aplicada a um único réu foi de 86 anos, e as penas somadas agora
ultrapassam 4.943 anos e 2 meses de reclusão. Além das penas de prisão, foram
impostas multas que totalizam cerca de R$ 5,25 milhões.
Esses resultados
demonstram o sucesso contínuo da operação em desarticular uma das mais
perigosas organizações criminosas atuantes em Santa Catarina e regiões
adjacentes, reforçando o compromisso das forças de segurança em combater o
crime organizado no estado.