Repercutindo nas Redes - 24/08/2024 11:01 (atualizado em 24/08/2024 11:09)

Pouso-caranguejo: entenda manobra que permitiu aterrisagem de avião 'de lado' durante vento forte em Chapecó

Manejo serve para compensar vento cruzado. Avião foi filmado fazendo parte do pouso de lado no Aeroporto de Chapecó.
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A manobra feito pelo avião que fez parte da aterrissagem de lado no Aeoroporto de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, é conhecida como pouso-caranguejo ou crab approach, em inglês. O objetivo é compensar o vento cruzado, explicou o professor de engenharia aeroespacial da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Rafael Cuenca.

O pouso em Chapecó foi feito na quinta-feira (22). Um vídeo mostrou toda a ação. Durante parte da aterrissagem, o avião aparece descendo de forma perpendicular à pista.

Não houve problemas e todos saíram da aeronave em segurança. Na hora da aterrissagem, a velocidade do vento era de 50 km/h, de acordo com a Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo do aeroporto.

O que é o pouso-caranguejo?

Essa manobra é feita em casos de vento forte, em que há risco de as rajadas empurrarem o avião para fora da pista.

"De forma básica, a manobra permite que o piloto use a tração dos motores para compensar o vento cruzado e manter a linha de voo alinhado com a pista, e essa trajetória alinhada permite o pouso seguro", disse o professor.

"Quando a aeronave toca os trens de pouso na pista, o piloto ajusta o alinhamento do avião com a pista para poder usar os freios. Logo esse tipo de manobra é um procedimento normal", continuou.

Além de saber sobre o pouso-caranguejo, o piloto também precisa estar atento às particularidades de cada aeronave para executar tudo de forma bem-sucedida, explicou Paulo Roberto dos Santos, piloto da reserva e coordenador do curso de ciências aeronáuticas da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul).

"Normalmente, os manuais de operação informam a velocidade máxima permitida de vento cruzado para cada tipo de aeronave, durante as operações. Por exemplo, se durante uma aproximação para pouso a velocidade do vento cruzado superar a máxima permitida pelo manual, a técnica exige que o piloto não prossiga para pouso, devendo arremeter e prosseguir para o aeródromo de alternativa", disse Santos.

Inclusive, no caso do Aeroporto de Chapecó, o piloto arremeteu, inicialmente. A Estação Prestadora de Serviço de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo explicou que a intensidade do vento estava acima da performance da aeronave. Por isso, o piloto fez uma tentativa de pouso e arremeteu.

Em seguida, decidiu esperar que a situação melhorasse. Assim que o vento ficou dentro da performance da aeronave, foi feito o pouso. O alinhamento com a pista antes de tocar o solo ocorreu para que o avião não saísse fora do eixo do asfalto.

Para tomar as decisões, o piloto conta com ajuda, disse Santos.

"Durante as fases de decolagem e pouso, a torre de controle informa as condições de vento, como intensidade e direção. Com essas informações, o piloto tem uma noção de que condições encontrará durante as operações e antecipará os procedimentos necessários para operação segura da aeronave".

A técnica do pouso-caranguejo é ensinada nos cursos. "O aluno de pilotagem precisa aprender o procedimento para efetuar esse pouso seguro, além de aprender o limite da aeronave que ele está recebendo o treinamento. Dependendo da aeronave, esse treinamento é feito primeiro em simulador antes de fazer em voo", declarou Cuenca.

Comum

Rafael Cuenca destacou que a situação não é incomum em outros países. "Existem aeroportos no mundo com condição de vento cruzado muito mais severa que esse do vídeo e mesmo assim as aeronaves pousam de forma segura".

Ele comentou também sobre como a situação é sentida dentro do avião. "Para os passageiros, se eles percebem ou não depende do nível de turbulência associado a esse vento. Mas óbvio que o passageiro, ao observar que não está alinhado com a pista, ele nota alguma relação com isso".

Fonte: G1
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