Santa Catarina alcançou a segunda colocação, em âmbito nacional, entre os estados que mais tiveram crescimento de microempreendedores individuais (MEIs). Parte deste aumento se deve a um comportamento em comum: pessoas que resolveram deixar o emprego para trabalhar por conta própria.
Os dados foram divulgados pelo IBGE na semana que passou, por meio das Estatísticas dos Cadastros de Microempreendedores Individuais. Naquele ano, o estado atingiu a marca de 653,4 mil microempreendedores individuais – 85,4 mil (ou 15%) a mais do que em 2021. Foi o segundo maior crescimento do país, atrás somente de Roraima (16%).
Uma análise do Centro de Inteligência e Estratégia da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (CIE/FACISC), essa movimentação de catarinenses com emprego para se tornarem microempreendedores individuais (a modalidade vale para os que faturam até R$ 81 mil ao ano, ou R$ 6,75 mil ao mês) pode ser explicada pela resiliência da economia catarinense após o período pós pandemia e pelo crescimento expressivo do consumo das famílias.
Dos catarinenses que saíram da empresa para ingressarem no MEI no período, a maioria tem o ensino superior incompleto (66% do total), e tinha salário médio mensal de R$ 2.038.
– A alta do consumo das famílias brasileiras, principalmente de alimentos, impulsionou o escoamento da produção do estado e o transporte pelas rodovias – explica o presidente da FACISC, Elson Otto.
Também cresceu em 13% o número de microempreendedores individuais na indústria de transformação e construção: 88 mil e 85 mil, respectivamente. Na indústria, destaque para o crescimento na fabricação de produtos de panificação e de produtos diversos e na instalação de equipamentos. Na construção, as atividades das etapas finais do setor foram as que mais cresceram, como serviços especializados para construção, obras de acabamento e instalações elétricas.