A taxa média de juros do rotativo do cartão de crédito voltou a subir e chegou a 432,3% ao ano em julho, o maior patamar do ano. O indicador teve alta de 3,6 pontos percentuais em relação a junho, quando o indicador era de 428,7% ao ano. A informação consta das Estatísticas Monetárias e de Crédito, divulgadas nesta quinta-feira (29) pelo Banco Central.
Por exemplo, o consumidor que devia R$ 800 em janeiro do ano passado precisa desembolsar um adicional de R$ 3.458,40 para quitar o saldo devedor com a instituição financeira após um ano, totalizando uma dívida de R$ 4.258,40.
A decisão entrou em vigor este ano e vale para as dívidas contraídas a partir de janeiro. Sendo assim, com a nova norma, se a dívida for de R$ 200, por exemplo, o valor total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 400.
As taxas de juro apresentadas pelo BC podem sugerir, portanto, que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico. Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano.
O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, explicou que a instituição não pretende descontinuar essa série histórica porque ela ainda serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também porque é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo.
O cheque especial, segunda linha de crédito mais cara disponível no mercado, que está embutida na conta-corrente dos brasileiros, desacelerou em julho. Os juros médios chegaram a 127,8% ao ano, 3,5 pontos percentuais a menos do que o registrado em junho.
Crédito consignado
Para driblar os índices das modalidades com as maiores taxas de juros do mercado, os consumidores podem aderir ao empréstimo consignado, que oferece desconto direto na folha de pagamento. A taxa da linha de crédito se manteve no mesmo patamar pelo terceiro mês consecutivo (23,2% ao ano).