Quatro membros de uma família foram presos em Santa Catarina nesta sexta-feira (30) por suspeita de envolvimento em um esquema milionário de fraude conhecido como “golpe do boleto”. A mãe e um filho foram detidos em Palhoça, o pai em Garopaba, além de outro filho em Balneário Camboriú. Três veículos de luxo foram apreendidos.
A ação faz parte da Operação 123Boleto, deflagrada pela DD/DEIC (Delegacia de Defraudações da Diretoria Estadual de Investigações Criminais). A família é investigada pelos crimes de estelionato e associação criminosa. Segundo a investigação, o esquema trouxe um prejuízo de cerca de 1,2 milhão.
Como funcionava o golpe do boleto
Segundo apurou o Cidade Alerta da NDTV, os familiares tinham uma empresa chamada Pagmil, sediada em Garopaba, que oferecia descontos de até 50% no pagamento de boletos através de milhas.O usuário, ao entrar no site, podia criar uma conta de pessoa física ou jurídica. Então, poderia enviar um boleto ao site. A pessoa pagava o boleto com desconto, e a Pagmil pagaria o resto do valor.
Por exemplo, se o usuário enviasse um boleto de R$ 1.000 e tivesse um desconto de 50%, então pagaria apenas R$ 500, com o resto do valor sendo coberto pela empresa da família.
Segundo relatos ouvidos pela Polícia Civil de Santa Catarina, alguns usuários relataram que, no início, os pagamentos eram realizados. Confiando no serviço, eles passavam a mandar mais boletos com valores mais altos. Então, o dinheiro sumia e os boletos não eram pagos.
Ao entrar com reclamação, a Pagmil informava problema no servidor, mas que seria resolvido logo. Somente depois de um tempo que as pessoas percebiam que o valor jamais seria pago e o dinheiro estava em posse da empresa.
Até o momento da publicação desta matéria, o site da Pagmil continua no ar, mesmo com a família presa.
Família é investigada por série de outros golpes
Leonardo Silva, delegado titular da DD/DEIC, contou ao Cidade Alerta que o golpe do boleto não é o único esquema de fraude pelo qual os familiares são investigados.“Eles têm diversos inquéritos policiais. Já foram investigados por fraudes em vendas de veículos, respondiam processos em uma empresa de turismo que eles mantinham e também investigamos uma fraude bancária em que eles descontaram um cheque de R$ 1,2 milhão do Sicoob”, disse o delegado.
Segundo a investigação, a família movimentou mais de R$ 12 milhões em suas contas bancárias em 2023.
Ao longo da operação que investigou o golpe do boleto, foram apreendidos equipamentos eletrônicos, documentos e três carros de luxo: uma BMW X5, uma BMW 540i e uma Land Rover Evoque.
Os veículos estão apreendidos no pátio da DEIC e receberam autorização judicial para que a Polícia Civil tome posse e use eles como viaturas em futuras investigações.
Veja a reportagem do Cidade Alerta da NDTV sobre o golpe do boleto: