Repercussão - 06/09/2024 07:06

ONG recebe denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida, ministro de Direitos Humanos

Ministro se manifestou em nota e disse que acusações são falsas e que configuram “denunciação caluniosa”
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Almeida foi anunciado como ministro pelo presidente Lula (PT) em 2022 (Foto: Antônio Cruz, Agência Brasil)

A organização não governamental Me Too Brasil divulgou nesta quinta-feira (5) ter recebido denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, de Direitos Humanos. O relato envolveria casos que teriam ocorrido no ano passado, inclusive contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, segundo o portal Metrópoles.

Segundo informações da Folha de S. Paulo, a Me Too Brasil confirmou as denúncias por nota, mas não indicou nomes das vítimas. Entretanto, a Folha teria confirmado a informação sobre a ministra ter sido uma das assediadas.

“A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico”, diz a nota.

Almeida e Franco foram anunciados como ministros do governo Lula (PT) no mesmo dia, no final de dezembro de 2022.

O que diz Silvio Almeida

Almeida é mestre em direito político e econômico pela Faculdade Mackenzie, além de graduação em Filosofia e doutorado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). É autor de livros como “Racismo Estrutural”, “Marxismo e Questão Racial: Dossiê Margem Esquerda” e “Sartre: Direito e Política”.

Em uma nota publicada no site do governo federal, o ministro repudia e nega todas as acusações:

“Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país.
Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro.
Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro.
Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso.
As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias.
Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.”

O portal g1 procurou o Palácio do Planalto, que não se manifestou até a última atualização desta reportagem. Anielle Franco também não se manifestou.

Fonte: NSC
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