A mudança no perfil do Ministério dos Direitos Humanos deve ir além da escolha de uma mulher negra para o lugar do agora ex-ministro Silvio Almeida. O mais provável é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolha alguém com alguma experiência política para o cargo. Isso deverá marcar uma diferença em relação a Almeida, um homem negro vindo da academia e do Direito, e que estreou na vida pública ao assumir a pasta, em 2023.
O nome mais cotado hoje é o da deputada estadual Macaé Evaristo (PT-MG). Também são citadas a ex-ministra Nilma Lino Gomes e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ). Todas elas já têm trajetória na vida pública. Macaé Evaristo e Nilma Lino Gomes são de Minas Gerais. O diretório local do PT pressiona para ter uma representante na Esplanada dos Ministérios. Os três nomes foram levados a Lula no fim de semana pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann.
Também circula o nome da Secretária Nacional de Acesso à Justiça, Sheila de Carvalho. Ela é advogada e ligada ao grupo Prerrogativas, influente no governo. Apesar disso, sua nomeação é vista como pouco provável por causa da pressão petista pelo ministério. O nome de Silvio Almeida teria superado esse tipo de obstáculo no começo de governo porque ele era uma sumidade na área de Direitos Humanos antes das acusações de assédio sexual que o derrubaram do ministério na semana passada.
A opção por uma mulher negra arrefeceu especulações sobre outros nomes que circulavam como cotados para o cargo. Por exemplo: Felipe Freitas, secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia; e Martvs Chagas, que participou da transição de governo na área de igualdade racial.