Santa Catarina tem chances de receber a “chuva preta” na próxima sexta-feira (13). A afirmação é do meteorologista da Epagri/Ciram, Marcelo Martins. O fenômeno, considerado raro e que atingiu o Rio Grande do Sul nesta semana, é decorrente das fumaças da Amazônia, que afetam o ar do Estado desde o início de agosto.
Conforme Marcelo, a “chuva preta” recebe esse nome devido a coloração escura da chuva normal, que se mistura com ar da poluição e das fumaças, gerando a cor escura. No Rio Grande do Sul, moradores de Arroio Grande, São Lourenço do Sul, Pelotas e São José do Norte registraram o episódio na última segunda-feira (9).
Em Santa Catarina, o fenômeno deve acontecer devido a aproximação de uma nova frente fria nesta semana. Segundo a Epagri/Ciram, o tempo muda a partir de quinta-feira (12), quando as regiões do Planalto Sul e Litoral Sul recebem chuva isolada ao longo do dia.
O temporal continua na sexta-feira (13) e deve permanecer durante o final de semana. Com isso, as chuvas se misturam com as fuligens do “corredor de fumaça” vindo da Amazônia e devem cair em um tom mais escuro.
A presença das fumaças das queimadas da Amazônia em Santa Catarina foi confirmada pela Defesa Civil pela primeira vez em 16 de agosto. Segundo o órgão, o fenômeno é comum para a época do ano, contudo, pode impactar a visibilidade e a qualidade do ar, além de causar problemas de saúde.
O cenário das fumaças em Santa Catarina acontece após a Floresta Amazônica enfrentar o maior número de queimadas no mês de julho desde 2005. De acordo com dados do Sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre os dias 1º e 31 de julho, foram registrados 11.145 focos de queimadas na região. Em 2024, a região enfrentou o maior número de queimadas desde 2008.
Até quando a fumaça permanecerá no ar em SC?
Além do território gaúcho e catarinense, o corredor de fumaça impacta um total de 10 estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Oeste do Paraná, partes de Minas Gerais e de São Paulo, assim como o Amazonas.
A chegada da frente fria, entretanto, deve amenizar a situação ainda neste semana. Isso porque a mudança no padrão dos ventos ou a chegada de chuvas mais intensas são as condições necessárias para inibir o transporte de fumaça para o Estado.