O momento climático e energético do Brasil pode “resgatar” o horário de verão. A medida é avaliada pelo Ministério de Minas e Energia, junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão deve ocorrer em breve.
O horário de verão foi extinto em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), com o argumento que a economia de energia não era significativa, além de mexer com o relógio biológico das pessoas.
Agora, diante do nível dos reservatórios hidrelétricos (acima de 50%, mas com queda acentuada mensal) e do contexto de secas climáticas, o governo atual estuda o retorno do horário de verão. O que ele provoca no organismo?
O horário de verão para o organismo
A medida de acrescentar uma hora aos relógios afeta o relógio biológico, termo que representa a temporização das funções biológicas, como secreção de hormônios, por exemplo. Esse ritmo biológico se apresenta de maneira periódica. Assim, a alteração do horário implica em uma adaptação do corpo.
Os primeiros dias do novo horário, inclusive, podem ser tensos. Isso porque pessoas podem se sentir mais irritadas e mal-humoradas, com cansaço e sono ao longo do dia.
O novo horário, por exemplo, pode afetar a produção do hormônio cortisol, que é liberado no organismo antes da pessoa acordar e tem a função de preparar os indivíduos para as tarefas do dia. Contudo, com a alteração do relógio, essa dinâmica é influenciada. Assim, pessoas podem ter uma sensação de cansaço maior.
Quem pode sofrer com o horário de verão
Segundo a Cronobiologia, que estuda os ritmos e os fenômenos físicos e bioquímicos periódicos em seres vivos, a característica genética de cada pessoa vai definir como ela vivencia as alterações de horário.
Desta forma, as pessoas consideradas matutinas (aquelas com predisposição genética para realizar as tarefas cedo) têm maior probabilidade de sofrer com a alteração de horário. Os indivíduos que dormem pouco também têm tendência a um impacto maior com a mudança de horário.