Jovens com uma vida pela frente, casais cheios de amor e até mulheres grávidas. Estes são alguns dos perfis de vítimas de acidentes com mortes nas rodovias federais em Santa Catarina. Os números revelam a violência que ronda as estradas. A média é de cerca de uma morte por dia nas rodovias federais, até outubro de 2024, conforme dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Neste ano, até outubro, foram 302 mortos em acidentes, sendo 63 a menos que no ano todo de 2023, quando foram registradas 365 vítimas fatais em rodovias federais. No entanto, esse número deve aumentar, uma vez que, em novembro de 2024, novos acidentes com mortes já foram registrados.
Uma dessas vítimas é o jovem Mateus Henn, de 26 anos, que morreu na última terça-feira (26), enquanto estava indo para o trabalho de moto, na BR-470, em Apiúna. A carretinha de um carro se soltou e o atingiu em cheio. Batata, como era carinhosamente chamado pelos amigos e parentes, deixa dois filhos.
O casal Antônio Souza, de 59 anos, e Silvia Ferreira Souza, de 52, também são vítimas da violência nas rodovias federais de SC. Os dois morreram na quinta-feira (28) em um acidente de moto envolvendo um caminhão, na BR-282, em Palhoça.
Outra vítima foi uma jovem de 24 anos que estava grávida de nove meses. Ela morreu em um acidente na BR-470, em Blumenau, na sexta-feira (29). A mulher pilotava uma moto quando foi atingida por um caminhão que tentava desviar de um carro.
Nas rodovias federais de Santa Catarina, diariamente milhares de motoristas trafegam por diferentes motivos, sejam a trabalho ou a passeio. De acordo com Adriano Fiamoncini, chefe de comunicação da PRF SC, a redução de acidentes no Estado passa por três pilares: fiscalização, educação e infraestrutura.
— O principal é a fiscalização. Todos os dias estamos nas rodovias flagrando motoristas ultrapassando em locais proibidos, em excesso de velocidade, sem habilitação, sem cinto de segurança, falando ao celular enquanto dirigem, embriagados. Esse é o trabalho constante da PRF o tempo todo — afirma.
No entanto, para reduzir o número de acidentes de forma efetiva, Fiamoncini alerta que seriam necessários mais agentes nas estradas.
— Nós precisaríamos de um efetivo maior para reduzir esses acidentes. Não só a PRF, mas a PM também, as guardas municipais, precisa que o efetivo aumente todos os anos porque a frota de veículos aumenta todos os anos e o efetivo precisa acompanhar esse crescimento — disse o oficial.
Além da fiscalização, a Polícia Rodoviária reforça que, constantemente, trabalha no campo da educação, com palestras em escolas, universidades e empresas, junto de outras ações. Ainda, Fiamoncini afirma que Santa Catarina necessita de melhorias nas rodovias para conseguir receber com segurança, além de catarinenses, turistas que trafegam pelo Estado.