Saúde Mental - 10/03/2025 17:17

Mais de 33 mil pessoas se afastaram do trabalho por conta da saúde mental em SC

Conforme os dados, maioria dos afastamentos foi por causas como depressão e ansiedade
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Segundo os dados divulgados, a maioria das pessoas afastadas é mulheres (Foto: Marcelo Camargo, Agência Brasil

Só no último ano, mais de 33 mil pessoas se afastaram do trabalho devido a problemas de saúde mental em Santa Catarina. Os dados são do Ministério da Previdência Social, obtidos com exclusividade pelo g1. Em todo o país, foram quase meio de milhão de casos, o maior número dos últimos dez anos, o que mostra que o Brasil vive uma crise de saúde mental. As informações são do g1.

De acordo com os dados, 33.461 pessoas se afastaram do trabalho devido a saúde mental no estado catarinense. Dessas, 8.087 pessoas foram por ansiedade e outras 8.541 por conta de depressão.

Santa Catarina é o quarto estado do país com mais afastamentos do trabalho devido a saúde mental, ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A unidade federativa com o menor número de afastamentos é o Tocantins, na região Norte do Brasil.

Conforme os psiquiatras e psicólogos, o afastamento é reflexo da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, por exemplo.

Perfil das pessoas afetadas

Em nível Brasil, foram 472.328 licenças médicas concedidas no país, um aumento de 68% na comparação com o ano anterior (283.471). Segundo os dados do Ministério da Previdência Social, os principais motivos são ansiedade e depressão, seguido por depressão recorrente, vício em drogas, reações ao stress grave e transtornos de adaptação.

Ainda conforme os dados, a maioria das pessoas afastadas é mulher (64%), com idade média de 41 anos e com quadros de ansiedade e depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho. Especialistas explicam que entre os motivos estão a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência.

Procurado pelo g1, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) não informou quanto da verba foi revertida em assistência à saúde mental. Apesar disso, esclareceu que as pessoas passaram, em média, três meses afastadas, recebendo cerca de R$ 1,9 mil por mês. Não foi possível fazer recortes por raça, faixa salarial ou escolaridade, pois os dados não foram informados pelo INSS.

Diretrizes de saúde no ambiente de trabalho

Para não depender apenas de iniciativas e também cobrar mais responsabilidade dos gestores, o governo anunciou a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que apresenta as diretrizes de saúde no ambiente do trabalho.

O Ministério do Trabalho vai passar a fiscalizar os riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), o que pode, inclusive, acarretar em multa para as empresas caso sejam identificadas questões como:

- Metas excessivas;

- Jornadas extensas;

- Ausência de suporte;

- Assédio moral;

- Conflitos interpessoais;

- Falta de autonomia no trabalho;

- Condições precárias de trabalho;

Segundo a coordenadora geral de fiscalização em segurança e saúde no trabalho do MTE, Viviane Forte, a ideia da atualização é trazer mais clareza sobre o tema saúde mental dos empregados e os critérios vão ser exigidos independentemente do tamanho da empresa.

A fiscalização será realizada de forma planejada, através de denúncias que são encaminhadas ao ministério. Empresas de teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde são prioridades.

Caso sejam encontrados episódios que justifiquem o adoecimento mental dos trabalhadores, pode ser aplicada uma multa que varia entre R$ 500 a R$ 6 mil por cada situação. Além disso, o empregador vai ter um prazo para ajustar o formato de trabalho e evitar mais afastamentos.

No entanto, o ministério não informou como vai estabelecer uma rotina de fiscalização que possa incluir essa demanda, o que faz com que especialistas questionem se a medida pode mesmo ser uma iniciativa.

— Isso não garantirá um quadro melhor na saúde dos trabalhadores. Existe uma série de normas técnicas reguladoras sobre a saúde ocupacional, mas continua tendo altos índices de afastamento por acidente de trabalho ou doença ocupacional — explica Thatiana Cappellano, mestre em Ciências Sociais e consultora sobre trabalho.

Segundo a especialista, a atualização feita pelo Ministério do Trabalho é uma forma de colocar o assunto em alta. Porém, como todas as outras normas técnicas e regulamentares, isto não altera efetivamente o quadro caso não haja uma mudança por parte das empresas.

Fonte: NSC
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