
A Deputada Federal Daniela Reinehr (PL-SC) protocolou Requerimento de Informação, questionando o Ministro de Minas e Energia sobre notícias de que a Itaipu Binacional destinou mais de R$ 750 milhões para financiar uma universidade, em vez de utilizar esses recursos para reduzir as tarifas de energia e aliviar o peso da conta de luz para os consumidores brasileiros.
“É inadmissível que uma estatal responsável pela geração de energia no país priorize investimentos alheios à sua finalidade, enquanto os brasileiros enfrentam contas de luz cada vez mais caras. Queremos transparência e saber por que esse dinheiro não foi revertido em benefício direto da população”, afirmou a Deputada.
O requerimento solicita esclarecimentos detalhados sobre os critérios adotados para essa destinação de recursos, os impactos dessa decisão no orçamento da empresa e a possibilidade de esses valores serem utilizados para reduzir os custos da energia elétrica.
Daniela Reinehr (PL-SC) reforça seu compromisso com a fiscalização dos gastos públicos e a defesa dos consumidores brasileiros, especialmente diante do aumento das tarifas de energia e da crise econômica que afeta milhões de famílias.
“Os brasileiros merecem respostas e respeito. Vamos cobrar explicações e exigir que o dinheiro público seja usado de forma responsável e em benefício direto da população”, concluiu a Deputada.
Segundo o portal A Hora de Brasília, a obra, planejada durante o segundo mandato de Lula e paralisada há uma década, será custeada com recursos que, segundo especialistas, poderiam ser utilizados para diminuir a conta de luz.
Com o fim da dívida de Itaipu em 2023, a expectativa era de que a tarifa da usina caísse até 30%, de US$ 16,71 para cerca de US$ 12 por MWh. No entanto, os gastos classificados como “socioambientais” têm mantido o preço elevado, e apenas um acordo entre Brasil e Paraguai evitou um aumento na conta de energia.
Criada para promover a integração acadêmica latino-americana, a Unila opera desde 2010, mas seu campus nunca foi concluído. As obras foram interrompidas em 2014, quando o consórcio responsável abandonou o projeto alegando problemas estruturais e aumento de custos.
Agora, Itaipu financiará a construção de salas de aula, um prédio administrativo, um restaurante universitário e passarelas de acesso. O projeto está em fase de licitação e deve começar em abril.
O financiamento da universidade reacendeu críticas sobre a destinação dos recursos da usina. Especialistas do setor elétrico argumentam que Itaipu, que não está sujeita à fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU) ou do Congresso, tem funcionado como um “orçamento paralelo”, sem controle rígido sobre seus investimentos.
“O consumidor brasileiro poderia pagar menos pela energia, mas Itaipu prefere usar seus recursos para financiar projetos que não têm relação direta com a geração elétrica”, afirmou Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia.
Além da Unila, a usina já destinou R$ 1,3 bilhão para a COP30 e R$ 15 milhões para um festival promovido pela primeira-dama Janja durante o G20. Também enviou um técnico veterinário para cuidar de emas no Palácio da Alvorada.
O Ministério de Minas e Energia afirma que a redução do custo da energia é prioridade e anunciou que R$ 2 bilhões serão utilizados para compensar a conta de luz em 2025. No entanto, especialistas apontam que, sem os gastos adicionais, a tarifa já poderia estar significativamente mais baixa.