Saúde - 08/04/2025 10:56

Mortes de mulheres durante gestação, parto ou puerpério aumentaram quase 50% em SC em 2024

Número é o maior em 20 anos, com exceção de 2021, marcado pela pandemia de Covid-19
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Cerca de 43 mulheres morreram durante a gestação, parto ou puerpério (até 42 dias após o parto) em Santa Catarina em 2024. O número representa um aumento de 48,3% em relação ao ano anterior, quando morreram 29 mulheres. Os dados foram divulgados em um alerta da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC) para o aumento de óbitos maternos no Estado.

Segundo as informações, 2024 foi o ano com mais mortes maternas registradas nos últimos 20 anos, com exceção de 2021, ano marcado pela pandemia de Covid-19. À época, o número de mortes chegou a 86, sendo 55% associados à Covid-19.

Os números levam em consideração as mortes causadas por “qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela, excluindo as causas acidentais e incidentais”.

Principais causas

Em 2024, dos 43 óbitos de mulheres durante gestação, parto ou puerpério, 62,8% tiveram causas obstétricas diretas, como hemorragia (22,2%), hipertensão (14,8%), aborto (7,4%) e infecção puerperal (3,7%).

Os outros 37,2% foram por causas indiretas, que incluem doenças infecciosas e parasitárias maternas (18,8%), outras doenças e afecções especificadas (18,8%), doenças do aparelho digestivo (12,5%) e diabetes mellitus pré-existente (12,5%).

Sobre as causas obstétricas consideradas diretas, a Dive explica que esse tipo de morte resulta de intervenções, omissões, ou tratamento incorreto, por exemplo. Já as causas indiretas advêm de doenças que desenvolveram durante a gravidez por causas fisiológicas da gestação.

Regiões com mais mortes maternas

A região Oeste é a que mais registrou mortes maternas em 2024, com sete óbitos. Laguna aparece em segundo lugar, com cinco mortes, enquanto a Grande Florianópolis e a Foz do Rio Itajaí completam as regiões com mais mortes, com cinco cada.

Mortes por ano em SC e no mundo

Considerando o número de mortes nos últimos 20 anos, Santa Catarina apresentou uma média de 32 óbitos maternos ao ano. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, anualmente quase 300 mil mulheres morrem durante a gravidez ou no parto por motivos gerados pela gestação, em todo o mundo.

Uma campanha foi lançada pela OMS para reforçar a necessidade de ações voltadas para a sobrevivência de mulheres e recém-nascidos no parto para o desenvolvimento econômico e estabilidade.

Orientações a profissionais de saúde

A Dive e a Diretoria de Atenção Primária (DAPS/SC) considera que a maioria das mortes maternas poderia ser evitada e traçou um plano com diversas estratégias para o cuidado constante de gestantes, parturientes e puérperas.

Realizar a imediata digitação e inclusão do óbito no sistema de informação, bem como proceder a investigação em tempo oportuno de todo caso suspeito ou confirmado de óbito materno;

Manter a rotina de reuniões dos Comitês Regionais de Prevenção dos Óbitos Materno, Infantil e Fetal;

Encaminhar cópia da DO e da investigação de TODOS os óbitos maternos para o e-mail [email protected];

Realizar o pré-natal de todas as gestantes, sendo que a estratificação de risco deverá ser realizada a cada consulta, tendo como referência o Instrumento de Estratificação de Risco Gestacional;

Atentar aos critérios de encaminhamento, conforme descrito no Protocolo Estadual de Regulação de Pré-Natal de Alto Risco;

Realizar o registro adequado na caderneta de gestante de todas as consultas de pré-natal, bem como os resultados dos exames, vacinas realizadas e informações pertinentes ao caso específico;

Manter o cuidado pré-natal compartilhado com o ambulatório de gestação e puerpério de alto risco, quando for o caso; e estabelecer uma comunicação efetiva para a garantia do acompanhamento em ambos;

Orientar de acordo com o desenho de rede de cada região, qual a referência hospitalar a gestante deve se direcionar em caso de intercorrências ou trabalho de parto;

Adotar protocolos assistenciais à gestante relacionados ao manejo dos casos de hipertensão, hemorragia, infecção e abortamento, conforme recomendações do Manual de Gestação de Alto Risco, do Ministério da Saúde de 2022;

Considerando que os distúrbios hipertensivos são a principal causa de morbimortalidade materna e perinatal no Brasil, recomenda-se a suplementação de dois (2) comprimidos de carbonato de cálcio 1.250mg(500mg de cálcio) ao dia, equivalente a 1.000mg de cálcio elementar, para todas as gestantes, com início na 12ª semana de gestação até o momento do parto, conforme NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 251/2024;

Estabelecer fluxo prevendo a alta oportuna com o agendamento de consulta de puerpério na Atenção Primária, incluindo visita domiciliar em até 07 dias após o parto, conforme Portaria Nº 5.350, de 12 de setembro de 2024.

Fonte: NSC
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