
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) interrompeu o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, nesta quarta-feira (18) e manteve a taxa em 15% ao ano. As informações são do g1.
“O Comitê tem acompanhado, com particular atenção, os anúncios referentes à imposição pelos EUA de tarifas comerciais ao Brasil, reforçando a postura de cautela em cenário de maior incerteza. Além disso, segue acompanhando como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, diz o comunicado divulgado pelo BC.
O Copom cita ainda que “o ambiente externo está mais adverso e incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos”. Afirma ainda que o cenário atual de tensão geopolítica exige cautela, especialmente de países emergentes.
No comunicado, o Copom cita o cenário de tensão com os Estados Unidos e as questões internas do país. Ainda, afirma que em busca de trazer a inflação para a meta, “exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”.
O comitê ainda sinalizou que deve manter o mesmo patamar de juros nas próximas reuniões.
“Em se confirmando o cenário esperado, o Comitê antecipa uma continuação na interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda por serem observados, e então avaliar se o nível corrente da taxa de juros, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta”, diz o texto.
O Copom também destacou que segue monitorando o cenário e que pode fazer ajustes na política monetária, se necessário.
Decisão foi unânime e era esperada
O patamar atual é o maior em quase 20 anos. Em julho de 2006, no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a taxa Selic estava em 15,25% ao ano.A decisão tomada nesta quarta-feira foi unânime e já era esperada pelo mercado financeiro. A taxa Selic é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre.
A expectativa de economistas é de que a taxa seja mantida no atual patamar, ao menos, até 2026.
Além do presidente do Banco Central, o Copom é formado por mais oito diretores da autarquia. A partir deste ano a maioria dos dirigentes é indicada pelo presidente Lula.
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir o patamar da Selic. Em 2025, o colegiado vai se reunir mais três vezes:
- 16 e 17 de setembro
- 4 e 5 de novembro
- 9 e 10 de dezembro