
Com a instalação de equipamentos de monitoramento em 80 municípios, a Casan reforça o combate às perdas de água em um momento em que Santa Catarina figura entre os estados que mais desperdiçam o recurso.
Segundo estudo nacional, o volume perdido diariamente seria suficiente para abastecer mais de 1,3 milhão de catarinenses.
O novo contrato da Casan prevê a instalação de 450 pontos de medição de pressão, 135 de vazão e 42 de nível de reservatórios. O sistema permitirá identificar anomalias com maior agilidade, reduzir danos na rede e otimizar o desempenho operacional.Segundo Sheila Kusterko, chefe da Divisão de Combate a Perdas de Água, os dispositivos instalados junto aos cavaletes coletam e enviam dados automaticamente para uma plataforma que gera gráficos.
Em casos de situações críticas será disparado alertas. “Não é fraude; é monitoramento oficial da Casan”, destacou Sheila.
Os equipamentos, antes presentes apenas na Grande Florianópolis e no Litoral Norte, agora estão sendo implantados também no Oeste, Sul, Serra, Vale do Itajaí e Planalto Norte. A previsão da Companhia é alcançar operação plena em todos os municípios contratados até a segunda quinzena de dezembro.
Municípios contemplados no novo monitoramento
Oeste (em operação): Chapecó, Faxinal dos Guedes, Pinhalzinho, Seara, Xanxerê, Xaxim, Descanso, Palmitos, Caibi, Catanduvas, Treze Tílias, Presidente Castello Branco, Dionísio Cerqueira, Ipuaçu, Quilombo.Sul/Serra (em operação): Criciúma, Içara, Braço do Norte, Forquilhinha, Garopaba, Laguna, Lauro Müller, Nova Veneza, Pescaria Brava, Siderópolis, Turvo, Anita Garibaldi, Correia Pinto, Otacílio Costa, São Joaquim, São José do Cerrito.
Norte/Vale (em instalação): Agrolândia, Agronômica, Apiúna, Ascurra, Aurora, Bela Vista do Toldo, Ibirama, Indaial, Ituporanga, Laurentino, Lontras, Petrolândia, Rio do Oeste, Rio do Sul, Rodeio, Vidal Ramos, Curitibanos, Pouso Redondo, Santa Cecília, Canoinhas, Mafra, Lebon Regis, Monte Castelo, Rio dos Cedros.
Metropolitana/Litoral Norte (em operação): Águas Mornas, Antônio Carlos, Biguaçu, Botuverá, Florianópolis, Santo Amaro da Imperatriz, São José, Araquari, Balneário Barra do Sul, Barra Velha, Luiz Alves.
SC perde água suficiente para abastecer 1,34 milhão de moradores
O estudo “Perdas de Água 2025”, do Instituto Trata Brasil, revela que Santa Catarina desperdiça diariamente o equivalente a 216 piscinas olímpicas de água, ou 719 mil caixas d’água de 750 litros, volume que poderia abastecer 1,34 milhão de pessoas por dia.
Esse número corresponde a quase duas vezes e meia a população de Florianópolis ou a uma em cada seis pessoas residentes no estado.
No cenário nacional, Santa Catarina aparece na 13ª posição quando o critério é o volume desperdiçado em piscinas olímpicas por dia, e na 14ª posição quando analisado o número de caixas d’água perdidas, ambos resultados medianos no país.
Indicadores mostram avanço, mas perdas ainda preocupam
Santa Catarina apresenta uma combinação de bons resultados e desafios. O estado tem a sexta menor perda na distribuição, com índice de 35,31%, melhor que a média brasileira de 40,31%, e patamar semelhante ao índice da Casan em 2024, de 36,28%, que caiu para 35,5% até setembro de 2025.Por outro lado, quando avaliada a perda por ligação, volume desperdiçado por imóvel atendido, o estado ocupa o 11º lugar entre as 27 unidades da federação, com 305,83 litros perdidos por ligação ao dia, número inferior à média nacional (348,86), mas ainda expressivo.
Ações para reduzir desperdício
O Programa de Controle e Redução de Perdas da Casan atua em duas frentes: Perdas físicas, vazamentos, falhas em redes e pressão inadequada. Perdas comerciais, submedição em hidrômetros, ligações clandestinas e fraudes.As medidas incluem macromedição, criação de distritos de controle, pesquisa de vazamentos ocultos, monitoramento remoto, instalação de válvulas redutoras de pressão, substituição de redes e renovação de hidrômetros.

