
Uma mulher de 69 anos que, segundo o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), buscou a ajuda de uma cartomante para planejar morte da companheira do ex-marido, vai a júri popular nesta terça-feira (9), no Fórum da Comarca de Chapecó, no Oeste catarinense.
Ela é acusada de ser a mandante de uma tentativa de homicídio cometida em 2019 e responde pelas qualificadoras de motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Mulher buscou cartomante para planejar morte da companheira do ex-marido
Conforme a denúncia, a mulher ficou inconformada com o fim do casamento e procurou a cartomante em busca de uma reconciliação com o ex-marido, que já vivia um novo relacionamento.Sem sucesso, teria passado a financiar um plano para matar a nova companheira dele. A cartomante, o marido dela e um terceiro homem, contratado como executor, teriam participado da organização do atentado.
No dia 3 de junho de 2019, no centro de Chapecó, o executor realizou três disparos contra a vítima, atingindo-a na cabeça. Apesar da gravidade dos ferimentos, ela sobreviveu, mas ficou com lesões permanentes, segundo a investigação. O caso passou a ser tratado como tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Outros envolvidos já foram julgados
O executor dos disparos foi condenado em novembro de 2021 a 15 anos e oito meses de prisão, em regime fechado. Em maio de 2022, o marido da cartomante recebeu pena de 12 anos de reclusão por tentativa de homicídio duplamente qualificada.
Na mesma data, a cartomante foi condenada a quatro anos de prisão em regime aberto por extorsão contra a mandante do crime, mas acabou absolvida da tentativa de homicídio. O MPSC recorreu, o Tribunal de Justiça anulou a sentença e ela deverá enfrentar novo júri.
Atuação do Ministério Público no júri
No plenário, o MPSC será representado pelos Promotores de Justiça Júlia Ferreira Santos e Michel Eduardo Stechinski, integrante do GEJÚRI (Grupo de Atuação Especial do Tribunal do Júri).
“A ação da ré como mandante está comprovada pela confissão espontânea prestada perante o delegado de polícia, quando compareceu acompanhada de advogado”, afirmou Stechinski.
A Promotora Júlia Ferreira Santos destaca que o Ministério Público sustentará a condenação “com base nas provas reunidas na investigação e na fase judicial”, reforçando que o julgamento representa resposta à sociedade e à vítima, que convive com graves sequelas.

