Os protestos contra a morte de um cidadão negro pelas mãos da polícia se intensificaram nesta terça-feira nos Estados Unidos, após a ordem do presidete Donald Trump de reprimir uma manifestação pacífica e sua ameaça de mobilizar o Exército.
Cinco meses após a eleição presidencial, Trump aumentou a tensão após ameaçar na segunda-feira mobilizar o Exército para impor a ordem nos protestos, desencadeando críticas da oposição democrata, que o acusou de "jogar lenha na fogueira".
Os protestos pacíficos sobre a morte por asfixia de George Floyd, há mais de uma semana, na cidade de Minneapolis, quando ele foi detido por um policial branco, levaram a incidentes violentos em muitas cidades, incluindo a capital, Washington.
Maior destacamento
Trump reiterou nesta terça-feira sua ameaça de mobilizar o Exército e afirmou que Washington "não teve problemas" com a repressão na noite de segunda-feira, elogiando o papel da polícia, que dispersou manifestantes reunidos do lado de fora da igreja a Saint John com gases lacrimogênios.
Cerca de 300 pessoas foram detidas em Washington, a maioria por desrespeitar o toque de recolher. Também houve prisões por assaltos e saques, informou o chefe de polícia local Peter Newsham.
Após a manifestação, Trump caminhou com colaboradores até a igreja, uma construção histórica perto da Casa Branca que havia sido danificada no domingo, onde foi fotografado com uma bíblia na mão.
A prefeita de Washington, Muriel Bowser, criticou o destacamento militar "nas ruas contra os americanos", em sintonia com vários governadores democratas. O procurador-geral Bill Barr rebateu, avisando que haverá um destacamento "maior" hoje à noite.
Autoridades de grandes cidades como Washington e Los Angeles novamente decretaram um toque de recolher para esta terça-feira, enquanto em Nova York a restrição estará em vigor até 7 de junho, após o saque de grandes lojas na Quinta Avenida.
Apesar dos incidentes e críticas do governador do estado de Nova York, Andrew Cuomo, que disse que a polícia e o município "não fizeram seu trabalho", o prefeito da cidade, Bill De Blasio, se recusou a enviar a Guarda Nacional, ao avaliar que a polícia pode lidar com a situação.