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A planta é tão diferente que foi classificada no gênero Delairea, endêmico na África. Com a descrição, ela passa a ser a segunda espécie do gênero e a primeira das Américas. Há uma possibilidade, inclusive, de que seja um novo gênero. “Vamos analisar a biologia molecular da planta, que vai nos ajudar a desvendar onde ela pode se encaixar ou se é algo novo, que é a maior possibilidade”, explica Funez. O pesquisador é doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A descoberta é mais um dos resultados do Programa de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – Biodiversidade de Santa Catarina (PELD-BISC), que conta com apoio da Fapesc e financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O projeto já descreveu novas espécies de fungos, insetos e plantas e tem feito publicações e eventos para divulgar a biodiversidade do Parque Nacional de São Joaquim (PNSJ).
Segundo Oliveira, para isso acontecer é preciso aumentar os investimentos na ciência e na educação e aproximar a ciência da sociedade. “E por isso que nós, do PELD-BISC queremos que essa parceria com a Fapesc e CNPq seja duradoura, pois quem ganhará com isso é a sociedade catarinense.”
Marcia Patricia Hoeltgebaum, coordenadora de Projetos na Fapesc, lembra que o PELD-BISC tem demonstrado avanços significativos no conhecimento de importantes grupos biológicos, que certamente poderão subsidiar novos estudos e políticas públicas voltadas à conservação. “A identificação das espécies é de importância basal para qualquer estudo científico, e conhecer a nossa biodiversidade é fundamental para que se possa traçar estratégias claras de preservação e de conservação, tanto das espécies quanto dos seus habitats.”