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A escola Pró-Infância Aquarela ficou fechada por 20 dias após o crime. Ela foi reformada com a ajuda de voluntários da comunidade. Os espaços foram revitalizados e ganharam nova pintura, com a intenção de apagar as memórias do dia de terror vivido no local. A unidade foi reaberta para aulas em 24 de maio.
Os momentos de dor também geraram alerta a preocupação. As cinco escolas municipais receberam sistema de porteiro eletrônico com vídeo e também passaram a contar com vigias, contratados de forma emergencial. Câmeras de monitoramento também estão em fase de compra e devem ser instaladas em frente às unidades de ensino. Na semana seguinte à tragédia, em movimento semelhante, o governo do Estado anunciou que irá contratar vigilantes para as 1.064 escolas estaduais de SC.
– Alguns ficam emocionados, mas de modo geral, as crianças superaram. Elas conseguem se distrair com os outros colegas, quando veem já estão brincando. Mas claro, quando a gente chega novamente à escola, vêm aquele dia na cabeça – conta a secretária.
Alguns familiares tentam evitar o assunto como forma de superação. Nas redes sociais, postagens de mães das crianças deixam revelar o momento difícil de perda e assimilação.
Nas últimas semanas a amiga se colocou à disposição da família de Mirla, mas evitou fazer contato para evitar “tocar na ferida”. Apesar do esforço coletivo para esquecer ainda que por um período o terror vivido pela cidade, Jamile pondera que a lembrança deverá persistir na cidade.
Uma professora que atua na unidade e prefere não divulgar o nome diz que nessas duas primeiras semanas de recomeço, a memória do dia 4 de maio ainda aparece ao sinal de algum barulho ou pessoa estranha na creche. As crianças, que ficaram três semanas em casa antes de voltarem às aulas, experimentam uma rotina com mudanças, que têm conseguido afastar as lembranças do ataque.
No último dia 24, a Justiça aceitou a denúncia apresentada contra ele por cinco homicídios triplamente qualificados e 14 tentativas de homicídio. Na acusação, o Ministério Público de Santa Catarina argumentou que o jovem “tinha idolatria por assassinos em série e crimes de extremo ódio” e que planejou o crime por cerca de 10 meses. O promotor de justiça Douglas Dellazari definiu a motivação do crime como “repugnante e imoral”. Segundo especialistas, em caso de condenação a pena pode ser superior a 100 anos.