Deputado Kennedy Nunes mostra arma em entrevista à FM 105 (Foto: Reprodução)
“Eu ando com policial, no meu carro tem colete à prova de balas, eu fui ameaçado, a Polícia Federal me deu porte de armas”, disse Kennedy. Questionado se estava armado naquele momento, o deputado retirou a pistola do coldre.
Kennedy Nunes disse durante a tarde que não sabia que estava sendo filmado e voltou a relatar as ameaças que, segundo ele, estariam relacionadas à sua atividade parlamentar. O deputado, que é jornalista e cantor evangélico, confirmou ter autorização da Polícia Federal para portar a arma o tempo todo – e disse que comparece armado ao Plenário da Alesc.
Antes de ter o porte concedido pela PF, o parlamentar era atirador esportivo.
Armamentista
Kennedy Nunes é pré-candidato ao Senado pelo PTB. A defesa armamentista faz parte das pautas do PTB, liderado nacionalmente pelo bolsonarista Roberto Jefferson. Apesar disso, Kennedy diz que não é essa a motivação para que ande armado.
- Nosso partido tem isso como diretriz partidária, é muito claro isso aí. Mas no meu caso não, é diferente, porque só tive o porte por conta das ameaças.
Uma das principais figuras de oposição ao governador Carlos Moisés no Legislativo, Kennedy Nunes foi relator do primeiro processo de impeachment. Durante o Tribunal de Julgamento do Impeachment, em outubro do ano passado, o parlamentar foi flagrado trocando mensagens pelo celular em que criticava os desembargadores que integravam o grupo – e que haviam votado pelo arquivamento do processo.
Kennedy Nunes: "Não ando armado por vaidade. É porque fui ameaçado"
Há quanto tempo o senhor tem porte de arma?
Desde janeiro.
O senhor utiliza o tempo todo?
O tempo todo.
Quando participa de sessão na Alesc, o senhor está armado?
Sim, o tempo todo.
Já causou algum tipo de constrangimento o fato de o senhor participar da atividade parlamentar armado?
Não, porque ela é velada. Mas sempre estou armado.
O senhor já tinha mostrado a arma publicamente, como fez na entrevista?
Não, eu acabei mostrando porque ele (o apresentador) pediu. Não acreditava que eu andava armado. Todo mundo pensa que, porque sou evangélico, não (andaria armado). Mas nosso próprio partido, o PTB, defende o uso de arma de fogo pelo cidadão de bem. A arma é uma defesa pessoal.
É uma defesa que o senhor faz também?
Sim. Nosso partido tem isso como diretriz partidária, é muito claro isso. Mas no meu caso não, é diferente, porque só tive o porte por conta das ameaças.
Essas ameaças arrefeceram?
Não, sempre estão aí. E não é a primeira vez que ando com segurança. Em 2010, quando denunciei a pedofilia com o Magno Malta, e prenderam 14 pessoas aqui, recebi ameaças, o serviço de inteligência descobriu que eram de Joinville e eu acabei sete anos com segurança.
Um policial?
Da Polícia Militar, sim.
O senhor disse na entrevista que também anda agora com um policial.
Eu tenho um policial que anda comigo desde maio do ano passado, quando começaram as denúncias do porto. Depois vieram as denúncias da CPI, tivemos oito episódios registrados, até drone voando em cima da minha casa. O P2 (grupo especializado da PM) de Joinville investigou, e chegou a esse ponto. Não ando armado por vaidade. É porque fui ameaçado.
Mas o senhor defende o uso de armas?
Defendo, porque nosso partido entende que a arma não é feita para tirar a vida de ninguém, é uma defesa.
O policial que o acompanha foi designado pela Alesc?
Sim. Eu, na verdade, não gostaria que tivesse saído isso, porque uma das questões (de proteção) é o elemento surpresa.
O senhor se arrependeu de mostrar a arma?
Não, é que eu nem sabia que estava sendo filmado. Hoje a gente tem que lembrar que as rádios viraram TVs.