Segundo o Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em junho completou um ano sem ganho real para os trabalhadores.
Em 2020, com a inflação ainda baixa, houve recomposição, mas com a disparada dos preços este ano, os aumentos ficaram abaixo da inflação.
Conforme o relatório "Emprego em crise: Trajetórias para melhores empregos na América Latina pós-Covid-19", os países da região costumam levar "muitos anos" para se recuperar quando há perda de emprego em crises econômicas.
"No Brasil e no Equador, embora os trabalhadores com ensino superior não sofram os impactos de uma crise em termos salariais e sofram apenas impactos de curta duração em matéria de emprego, os efeitos sobre o emprego e os salários do trabalhador médio ainda perduram nove anos após o início da crise", diz o relatório.
Essas "cicatrizes", diz o relatório, são aumento do desemprego; aumento da informalidade e redução dos salários.
De acordo com o banco, os trabalhadores informais têm menos proteções contra efeitos de crises econômicas e, assim, a probabilidade de eles perderem o emprego é maior, independentemente da qualificação.
Segundo o banco, o nível de emprego informal na América Latina costuma continuar menor por um ano e oito meses após o início de uma recessão. No caso dos empregos formais, a recuperação demora mais de dois anos e meio para acontecer.
Isso porque os trabalhadores mais jovens que ingressam no mercado de trabalho têm um início de carreira pior, do qual não conseguem se recuperar.