MEIO AMBIENTE - 31/08/2021 10:47

Florianópolis tem maior número de pinguins mortos em três anos

Dos 1.118 animais encontrados em praias da Capital, apenas 129 estavam vivos
Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Veterinário cuidade ave debilitada em centro de reabilitação(Foto: Nilson Coelho/R3 Animal)
Até segunda-feira (30), 1.118 pinguins foram resgatados em praias de Florianópolis. Contudo, segundo a Associação R3 Animal, apenas 129 estavam vivos no momento do salvamento. O número de animais encontrados sem vida já é o maior em três anos.

Os primeiros registros dessas aves neste ano aconteceram em maio. Dois animais foram encontrados vivos. Em junho, os dois pinguins localizados estavam mortos. Já em julho, foram resgatados 182 animais e apenas 36 estavam vivos.

No mês de agosto foi resgatado o maior número de pinguins do ano. Foram 932 encontrados nas praias, mas apenas 91 estavam vivos no momento do salvamento.

O número chama atenção. Durante todo ano passado foram encontrados 800 pinguins e 116 estavam vivos no momento do resgate. Em 2019, foram 747 registros e apenas 53 estavam vivos.

O número de animais encontrados nas praias em 2021 só é menor do que o registrado em 2018. Naquele ano foram resgatados 1.814 pinguins, sendo 113 vivos.

Os pinguins aparecem na costa catarinense em busca de alimento após o período de reprodução nas colônias na Patagônia/Argentina. A temporada aqui no estado vai até setembro, quando os animais retornam às águas do país vizinho.

Animais chegam debilitados
Ao G1 SC, a presidente da R3 Animal e Coordenadora do PMP-BS/Florianópolis, Cristiane Kolesnikovas, explicou que a maioria dos pinguins que chega às praias estão magros, desidratados, com temperatura corporal baixa, parasitados e com sinais de interação incidental com redes de pesca.

— Nossa equipe faz tudo que está ao alcance para salvá-los, mas nem sempre é possível — afirma Cristiane Kolesnikovas.

Os pinguins resgatados com vida chegam tão debilitados que acabam morrendo no caminho até o centro de reabilitação. Em sua maioria, os animais que encalham nas praias são jovens e estão em seu primeiro ano de vida fazendo a migração.

— [Eles são] inexperientes. É  comum que alguns animais tenham dificuldade em se alimentar, percam-se dos bandos e fiquem debilitados, encalhando nas praias. Também existem aqueles que interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo alvo, são capturados incidentalmente. É a chamada captura bycatch, ou seja, não intencional —  explica a entidade.

Atualmente, 21 pinguins estão em reabilitação na Associação R3 Animal e cerca de sete deles vieram de outras regiões do estado.

Os pinguins encontrados mortos pelas equipes, e que não estão em avançado estado de decomposição, são levados para o Centro de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos de Florianópolis e passam pelo exame necroscópico para tentar identificar a possível causa da morte.

— Alguns deles, com indícios de interação antrópica, tais como desgaste de penas e hematomas em aleta (asas). Mas, invariavelmente, todos com o pulmão comprometido, com acúmulo de secreção serosanguenolenta espumosa, que são indicativos fortes de asfixia/afogamento, possivelmente provocados por interação com redes de pesca —  conclui Sandro Sandri.

O que fazer ao encontrar um pinguim ferido
Caso encontre um animal marinho ferido ou morto na praia, a R3 Animal orienta:

•Ligue para o Projeto de Monitoramento de Praias, no telefone 0800-642-3341
•Afaste animais domésticos, que podem ferir ou transmitir doenças
•Não coloque pinguins no gelo ou force a volta deles ao mar
•Caso o animal seja um pinguim, você pode cobri-lo com uma toalha para aquecê-lo e colocá-lo numa caixa de papelão.
Fonte: Hora de Santa Catarina
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...