A extração de petróleo em águas catarinenses deverá começar no mínimo em seis anos e não irá ocorrer em nenhuma Área de Preservação Permanente (APP). A garantia é do diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) Rodolfo Henrique de Saboia, em entrevista exclusiva ao programa CBN Total desta terça-feira (31).
Segundo ele, o edital de exploração de petróleo marcado para o dia 7 de outubro em 92 blocos de 4 bacias (Campos, Pelotas, Potiguar e Santos) é a primeira fase de um longo processo. Os cerca de 50 blocos voltados ao litoral catarinense pertencem à bacia de Campos.
“Santa Catarina não é o primeiro trecho de extração de petróleo no litoral brasileiro. Isso já ocorre há muitos anos no país e de forma muito segura. Do ponto de vista ambiental, primeiro a ANP verifica apenas o que já existe de restrição já previamente conhecida. Qualquer atividade em APP é excluída. Depois, a vencedora, identificado o petróleo, precisa apresentar ao Ibama o seu projeto, onde serão considerados todos os impactos ambientais. As perspectivas são muito boas do ponto de vista geológico, mas este é um trabalho de longo prazo. É promissor, mas é para começar a extração no mínimo em seis anos”, diz o diretor da ANP.
Embora a bacia de Pelotas compreenda sedimentos emersos nas lagunas e lagoas no extremo sul de Santa Catarina, na divisa com o Rio Grande Do Sul, os blocos a serem leiloados ficam até 200 quilômetros da costa, explica o professor Daniel Bettú, do Departamento de Engenharia de Petróleo da Udesc, em Balneário Camboriú. Sendo que o mais próximo está a 90 km da praia.
