![](https://wh3.com.br/galerias/noticias/640/211821091139_screenshot_1.png)
Operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) desarticulou um esquema de venda clandestina de carne de cavalo se passando por carne de gado para hamburguerias da serra gaúcha. São cumpridos seis mandados de prisão e 15 de busca e apreensão em Caxias do Sul. A operação é coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) – Segurança Alimentar.
A investigação durou dois meses. O esquema funcionava da seguinte forma: uma parte era responsável por procurar cavalos pelas ruas, muitos deles já doentes, que puxavam carroças, para comprar. Feita a aquisição, o animal era levado para uma chácara, onde era abatido. Carneado, as partes eram vendidas para um comprador que produzia bifes de hambúrgueres para vender para lancherias. Nesse local, a carne de cavalo era misturada com carnes de outros animais, como perus e suínos, e os bifes eram vendidos embalados para hamburguerias como se fossem de gado. Algumas carnes com cheiro de podre eram lavadas para serem vendidas como novas.
Os promotores do Gaeco - Segurança Alimentar, Alcindo Luz Bastos da Silva Filho e Mauro Rockenbach investigam o caso há dois meses. Equipes que fazem parte da operação compraram os lanches em duas lancherias da cidade e encaminharam o alimento para análise em um laboratório credenciado pelo Ministério da Agricultura em Goiás. O resultado do DNA deu positivo para carne de cavalo. Os locais que vendiam os hamburguer com a carne imprópria para consumo são Mirus Burguer e Natural Burguer. Mas, segundo os promotores, há suspeita de comercialização em outras pelo menos cinco hamburguerias de Caxias do Sul.
— Era vendida cerca de uma tonelada de carne imprópria para consumo por semana — conta o promotor coordenador do Gaeco - Segurança Alimentar, Silva Filho, que coordena a operação e cumpre os mandados juntamente com o promotor da Especializada Criminal de Porto Alegre, Mauro Rockenbach.
Os crimes investigados são o do Artigo 272 do Código Penal, que é "corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo", crime contra a ordem tributária e organização criminosa.
As hamburguerias que compravam essa carne ilegal, com valor abaixo do mercado, também serão investigadas. Escutas telefônicas a que GZH teve acesso revelam a negociação do esquema criminoso. Conforme o Ministério Público, o grupo não possui autorização para o abate e comercialização de nenhum tipo de carne. Assim, as atividades de abate, beneficiamento, armazenamento e comercialização vinham ocorrendo sem qualquer fiscalização, o que é essencial para prevenir que carnes sem inspeção de fiscais médicos veterinários sejam consumidas pelas pessoas.