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O médico e ex-presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Carlos Morel, é o único brasileiro a integrar um grupo de elite da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Esse colegiado tem como objetivo investigar as origens do vírus causador da Covid-19, Sars-CoV-2) e cria diretrizes para identificar e prevenir o surgimento de patógenos que sejam capazes de deflagrar novas pandemias.
A OMS já havia criado um grupo de especialistas para determinar a origem do novo coronavírus responsável pela pandemia. Por que outro grupo?
“O grande desafio geográfico, científico e político é saber de onde veio o vírus e como ele surgiu. Foi a mão humana? A Mãe Natureza? Foi disseminado propositalmente? Houve um vazamento (de um laboratório)? Não vamos excluir nenhuma hipótese, mas não temos uma agenda predeterminada. No entanto, só vamos avançar com a colaboração da China. Ninguém tem o poder de entrar e vasculhar gavetas, não é por aí. A gente vai precisar trabalhar com os cientistas e com o governo chinês. Eles têm de confiar no grupo”.
“Difícil dizer, mas talvez a montagem do “atlas” com todos os vírus circulantes estivesse mais avançada”.
“Se estavam! A virologista Shi Zhengli, de Wuhan, participou de seminário na Fiocruz em meados de 2019, deu uma palestra ótima, com vários slides chamando a atenção para animais silvestres como hospedeiros e/ou reservatórios de vários vírus… Era como se estivesse apontando: ‘Olha o perigo aí, gente!”
O que mais o novo grupo pode fazer? Estabelecer diretrizes mundiais para o caso do surgimento de novos patógenos, por exemplo?
“Os vírus são talhados e preparados para se espalhar. É Darwin na veia”.