Caravelas são carregadas pelo vento e chegam às praias (Foto: Divulgação, Corpo de Bombeiros)
No último fim de semana, pelo menos sete banhistas tiveram contato com caravelas em São Francisco do Sul e precisaram ser atendidos pelos guarda-vidas. Foram casos leves, mas acendem o alerta. O Corpo de Bombeiros sinaliza as praias onde há caravelas ou águas-vivas com bandeiras roxas. A mesma sinalização aparece no aplicativo Praia Segura, que mostra as condições das praias catarinenses em tempo real.
Diferente das águas-vivas, as caravelas são carregadas pelo vento. Por isso o aparecimento em determinadas regiões está diretamente ligado a questões climáticas e meteorológicas. Tenente Yuji Izake, do Corpo de Bombeiros, diz que elas costumam aparecer nas praias do Litoral Norte quando há vento leste ou nordeste - ele comanda os pelotões de São Francisco do Sul e Araquari e é um dos oficiais que atuam no controle das praias de toda a região, a partir de Itajaí.
A movimentação singular das caravelas ocorre porque elas são formadas por quatro animais diferentes, que vivem em sistema de interdependência. Um deles é o pneumatóforo, uma bolsa gelatinosa que flutua sobre a água e por isso é carregada pelo vento – funciona como a vela de um barco.
Os tentáculos das caravelas liberam uma toxina ao serem tocados, que podem causar queimaduras de terceiro grau e reações alérgicas graves. A recomendação do Corpo de Bombeiros é que, caso entre em contato com uma caravela, o banhista procure imediatamente um posto guarda-vidas. Os guarda-vidas estão treinados para esse tipo de atendimento e têm vinagre para disponibilizar para os ferimentos – o vinagre neutraliza a dor. Se necessário, eles acionam a ambulância e encaminham a vítima para o hospital.