BOMBEIROS - 29/01/2022 06:49

Mulher dá à luz no tapete de casa e bombeiros ajudam por telefone, em Chapecó

Foram quase 30 minutos de ligação com a vizinha da paciente que realizou o parto
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Mãe e bebê foram levadas ao (HRO) Hospital Regional do Oeste. Elas passam bem. – Foto: Bruna Fosqueira/Divulgação

Era por volta das 11h18 desta sexta-feira (28), quando Bruna Spiecker Fosqueira, de 33 anos, recebeu um áudio com pedido de ajuda no aplicativo do celular. A moradora da rua João Justino Rescke, no bairro Engenho Braun, de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, foi surpreendida ao saber que sua vizinha precisava de atendimento médico.

Imediatamente ela se deslocou até Tinana, a mulher natural do Haiti, que reside com o esposo no piso de baixo da casa de Bruna, há aproximadamente três meses. Ao encontrá-la, percebeu que a vizinha sentia dores, tinha sangramento e que havia rompido a bolsa. Bruna levantou o vestido e viu que o bebê estava nascendo.

“Eu liguei para o Samu e eles me informaram que não tinha ambulâncias disponíveis. Então eu liguei para o Corpo de Bombeiros, que também estava sem viaturas e ele me disse que eu teria que fazer o parto. Eu estava abalada emocionalmente antes do ocorrido por causa do meu cachorro que precisava ir para o veterinário, e com isso eu fiquei ainda mais nervosa e comecei a chorar”, conta.

Nesse momento, o trabalho do subtenente Airton Costa foi fundamental para garantir que tudo ocorresse de maneira segura. “Quando eu atendi o chamado de emergência no 193, eu ouvi ‘tem uma moça entrando em trabalho de parto’. Eu falei para ela que não iria conseguir atender pois a viatura estava em outra ocorrência. Então eu assumi a responsabilidade e disse ‘Bruna, você me ajuda que eu vou te orientar’. Ela não queria fazer, estava muito nervosa, e querendo ou não, é uma coisa esquisita porque quem não tem muito contato, isso pode dar repulsa, já que envolve sangue, então é complicado”, relatou Costa.

Foram quase 30 minutos de ligação. Primeiro o bombeiro pediu para Bruna ter calma, parar de chorar e foi passando as orientações. “Bruna, coloca a gestante deitada na posição de parto e pede para ir fazendo força. Você está vendo a cabeça do bebê? ‘Não, não estou vendo’. Então pede para paciente ajudar e ir forçando”, disse o socorrista.

Aos poucos, tudo foi acontecendo de forma positiva. Depois de 30 minutos de ligação, o choro do bebê foi a confirmação do nascimento da menina. “Segura no colo, vira de ladinho para não acontecer alguma obstrução (não engolir água ou sangue). Então eu pedi para ela deixar a criança ao lado da mãe, ficar conversando com ela, até a viatura chegar”, relatou Airton.

Quando a guarnição chegou no local, prestou atendimento para mãe e filha, cortou o cordão umbilical e enrolou a bebê em uma manta de alumínio para se manter aquecida. As pacientes foram encaminhadas ao (HRO) Hospital Regional do Oeste.

“A bebê nasceu em cima de um tapete, na sala, eu estava com muito medo de contaminação, porque não era um ambiente preparado para uma criança nascer. Eu estava um pouco nervosa sem saber o que fazer, mas fui com a cara e a coragem. E deu tudo certo, graças a Deus”, contou Bruna.

Com 38 anos de carreira, o subtenente Airton Costa já passou por um momento parecido no ano de 1999, quando realizou um parto presencialmente. Mas a situação vivida pelo militar nesta sexta, vai ficar marcada. “Ajudar uma pessoa a vir ao mundo – ainda mais por telefone – é complicado, então quando o resultado da ocorrência é positivo, o sentimento é de emoção”, afirmou o socorrista.

Mãe e filha passam bem, e a previsão de receber alta hospitalar é no sábado (29), segundo a família.

Bruna Fosqueira ligou para os socorristas e foi orientada a realizar o parto naquele momento. – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
Fonte: ND+
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