Apenas 20% das crianças entre 5 e 11 anos tomaram a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina. Os dados são da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina. A baixa adesão é responsabilidade de desinformação, dizem especialistas. Com isso, 13 leitos pediátricos estão ocupados.
Os adultos, que já completaram o esquema vacinal, possuem sintomas leves do coronavírus – na maioria das vezes. Já as crianças, por não terem sido majoritariamente imunizadas, estão suscetíveis a casos graves.
“Nós tivemos uma situação em que o paciente precisou ficar internado na emergência por 2 dias por falta de leitos na enfermaria Covid-19”, conta o infectologista pediátrico Marcos Guchert.
Médicos dizem que o debate é permeado por fake news que sugerem que as crianças não devem se vacinar, pois seriam mais resistentes. “A gente não pode acreditar nessas notícias falsas de que as vacinas dão problema, isso não existe”, aponta o infecto-pediatra Marcelo Otsuka.
Ele completa, lembrando que “as vacinas não estão na fase de testes. É importante que as crianças tomem o imunizante para que elas não tenham quadros graves”.
No período de 28 de novembro de 2021 ao dia 5 de fevereiro deste ano houve mais 175 internações – atualmente, são 191 nos hospitais catarinenses. Um estudo mostrou que se o Brasil vacinasse  1 milhão de crianças por dia, seriam evitadas 5.400 hospitalizações e 430 mortes.
A pesquisa foi realizada pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista), UFABC (Universidade Federal do ABC), UFG (Universidade Federal de Goiás) e Observatório Covid-19 BR.
“O governo deveria ter uma campanha mais massiva, mais didática, mais direcionada aos pais, para que levem seus filhos para a vacinação. Sugerimos que as escolas também ofertem a vacina em seus espaços”, disse o diretor-executivo da Fehoesc (Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Santa Catarina), Braz Vieira.