Um detalhe que contrasta com os anos pré-pandemia é que, em 2022, o tempo de hospedagem das pessoas tende a ser mais curto, mas a movimentação de visitantes se mantém nas cidades.
— Como o nosso turista é o turista terrestre, a maioria dos hotéis nas áreas litorâneas já está com uma ocupação acima de 80% e tem muitas pessoas que procuram a hospedagem de última hora. A diferença em relação aos outros anos é que as pessoas devem ficar por um período mais curto — afirma Rogerio Bachi, conselheiro da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH-SC).
Em municípios catarinenses considerados tradicionais nesse período do ano, como Laguna, no Sul do estado, as festas privadas estão mantidas e devem ser um fator a mais de atração para os visitantes.
— Laguna sempre é o destino de muitas pessoas no carnaval e por mais que não tenhamos os blocos de rua, ainda assim sabemos que a cidade deverá encher. Os blocos fechados estão com as vendas a todo vapor — informou a assessoria da prefeitura da cidade.
Em São Francisco do Sul, a prefeitura aposta que as praias também estarão cheias, mesmo com a proibição de eventos de rua. Já em Balneário Camboriú, de acordo com a secretaria de turismo, o carnaval é o segundo melhor momento da temporada na cidade, depois do início de janeiro, e as expectativas estão altas.
— A expectativa é das melhores e nós acreditamos que a ocupação passe de 90% na rede hoteleira em Balneário Camboriú. Nós temos atrativos que atendem todos os gostos, sem contar que haverá muitas festividades nas casas noturnas e em bares da nossa região. Então, quem gosta da folia, vai ter, mas realizada pela iniciativa privada — explica Geninho Goes, secretário de turismo de Balneário Camboriú.
Sobre os reflexos da pandemia no setor, a ABIH-SC ressalta que a variante Ômicron atrapalhou um pouco a movimentação em janeiro, mas, que aos poucos as demandas estão normalizando.
— A Ômicron atrapalhou um pouco [a ocupação] em janeiro, que caiu de 20 a 30%, mas aos poucos o ritmo está retornando à normalidade. O volume de ocupação está melhor do que no ano passado e o público que está vindo está mais tranquilo quanto à pandemia por causa dos cuidados que são tomados, eles se sentem mais seguros — diz o conselheiro da ABIH-SC.
Nos hotéis localizados na Grande Florianópolis, a alta ocupação não é unanimidade. Os estabelecimentos à beira-mar se destacam, mas os hotéis localizados nas regiões centrais, que costumavam receber muitos foliões, não tem tido a mesma procura por vagas.
— A maior parte dos hotéis não está completamente lotados, mas sempre existem as procuras de última hora. Alguns dos que estão com 100% de ocupação, são para hospedagem principalmente no sábado e domingo. Na segunda-feira já terão pessoas indo embora e na terça-feira a saída é maior ainda — afirma o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis, Luciano Pereira Oliveira.
Em Florianópolis, apesar da não realização dos desfiles das escolas de samba e do cancelamento dos blocos de rua, a secretaria de turismo acredita os balneários estarão cheios e que os números podem se aproximar aos de 2020.
— Há expectativa para uma boa ocupação, sobretudo nos balneários. Segundo vários hoteleiros, que juntos representam cerca de 3000 leitos, o Norte da Ilha é um dos locais onde a procura está realmente muito boa — diz o superintendente de Turismo de Florianópolis, Vinícius de Lucca.
