partidos - 24/02/2022 08:52

Seis perguntas sobre as eleições 2022 a serem respondidas no próximo mês em SC

Renúncias de prefeitos, filiações e trocas de partido para quem deseja concorrer precisam ser definidas até 2 de abril
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Embora ainda faltem pouco mais de sete meses para as eleições de 2022, algumas definições da disputa em SC precisam ocorrer já nos próximos 40 dias. Segundo a legislação eleitoral, quem deseja se candidatar deve cumprir alguns prazos em até seis meses antes da votação. É o caso da filiação ao partido político pelo qual deseja concorrer e da renúncia aos cargos do Executivo, como prefeito, para quem pretende concorrer a outra função pública neste ano.
Em função disso, apesar de as definições oficiais das candidaturas ocorrerem apenas de 20 de julho a 5 de agosto, nas convenções partidárias, há uma série de perguntas que devem ser respondidas já nas próximas semanas sobre as eleições de Santa Catarina. Confira algumas das definições:

Quais prefeitos vão renunciar para disputar as eleições?
Um dos prazos do calendário eleitoral prevê que prefeitos, governadores e presidente que desejem concorrer a outros cargos nas eleições de outubro renunciem ao mandato até seis meses antes do primeiro turno – ou seja, no caso deste ano, até 2 de abril.
Em SC, ao menos quatro prefeitos podem renunciar para concorrer ao governo de SC. É o caso do prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (União Brasil), de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli (MDB), de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (Podemos) e de Chapecó, João Rodrigues (PSD). Candidaturas desses nomes a vice ou até mesmo ao Senado também não são descartadas, em caso de coligações.
No caso de Gean, ele já até anunciou a data para deixar a prefeitura da Capital: 30 de março. O prefeito de Jaraguá do Sul também já confirmou à NSC que renunciaria no final de março caso vencesse a disputa interna do MDB pela indicação para concorrer ao governo – o que ocorreu no último dia 16 de fevereiro. Fabrício Oliveira mantém o caminho aberto para uma possível saída para concorrer. Já a renúncia de João Rodrigues é menos provável porque o PSD tem no ex-governador Raimundo Colombo o provável candidato em outubro. Ainda assim, Rodrigues não descarta a possibilidade.

Para qual partido irá o governador Moisés?
Outra novela que tem se arrastado nos últimos meses e deve ter papel fundamental nas eleições para o governo de SC é qual será o novo partido do governador Carlos Moisés. Eleito em 2018 pelo PSL, à época o mesmo partido de Jair Bolsonaro, Moisés marcou algumas diferenças no discurso em relação ao presidente e deixou o PSL em 2021. O governador já conversou com diversas legendas: MDB, Progressistas, PSDB, Avante.
Nas últimas semanas, as possibilidades mais fortes que vêm sendo apontadas seriam uma filiação de Moisés ao Podemos ou ao Republicanos. O presidente do Republicanos em SC, deputado Sérgio Motta, diz que o governador gosta do plano ideológico do partido, mas ainda não deu resposta. O dirigente espera definir essa situação já no começo de março.
O presidente do Podemos em SC, Camilo Martins, não retornou aos contatos da reportagem. Internamente, porém, aponta-se que a possibilidade tem agradado o partido, que teria o primeiro governador e com chance de reelegê-lo, e a Moisés. A escolha também colocaria o ex-juiz Sergio Moro no palanque de Moisés este ano. A colunista da NSC, Dagmara Spautz, já revelou que o flerte de Moisés com o podemos poderia até mesmo causar uma divisão interna no partido, com saída do grupo ligado ao ex-deputado Paulinho Bornhausen.

Dário Berger irá para o PSB?
Além do novo partido do governador Moisés, a escolha do pré-candidato do MDB ao governo de SC foi a outra grande indefinição que se arrastou nos últimos meses na política do Estado. A decisão que parecia que só sairia nas prévias ocorreu dias antes do previsto. Dois dos três nomes que disputavam a indicação do partido, Dário Berger e Valdir Cobalchini, renunciaram à disputa e, com isso, abriram caminho para que o prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli, fosse anunciado como o pré-candidato emedebista em outubro. A situação ainda precisa ser confirmada pela diretoria estadual nas convenções, entre julho e agosto.
Oficialmente fora da disputa no MDB, Dário Berger enfim deve dar sequência à mudança de partido que vinha ensaiando desde o final do ano passado. O caminho quase certo é o PSB. Ele já vinha conversando com lideranças do partido como o ex-governador de SP, Márcio França e o presidente nacional, Carlos Siqueira. O nome de Dário é apontado até mesmo para liderar uma possível aliança de centro-esquerda, já que no plano nacional o PSB e o PT devem estar juntos, em uma possível chapa com Lula e Alckmin. Para alguns dirigentes, isso poderia levar a aliança dos partidos de esquerda mais ao centro e a torna-la mais viável eleitoralmente.
Até o momento, Dário e PSB ainda desconversam. Embora o senador já tenha tirado fotos em eventos com dirigentes do partido, a assessoria dele informa que Dário está no MDB e ainda articula para viabilizar uma candidatura pelo partido a governador. “No momento, não há decisão sobre mudança de sigla partidária, apesar dos convites que tem recebido”, informou a assessoria.
O presidente do PSB em SC, o ex-deputado federal Cláudio Vignatti, afirma no entanto que a ida de Dário “está mais próxima do que já estava”, mas que o martelo ainda não está batido. O partido pretende usar todo o prazo legal, que vai até 2 de abril, para definir este caso.

Para onde vão Gelson Merisio e o PSDB?
O ex-deputado estadual Gelson Merisio vinha sendo dado como nome certo para concorrer ao governo de SC pelo PSDB. Mas após a derrota do governador gaúcho Eduardo Leite, apoiado por Merisio em SC, nas prévias nacionais do partido para João Doria, o nome do ex-presidente da Alesc passou a perder força no partido. Um grupo de trabalho foi montado pelos tucanos para discutir as candidaturas em outubro, sem Merisio na composição.
À reportagem, o novo presidente do PSDB, Rogério Pacheco, que também é prefeito de Concórdia, reafirmou que o partido tem em Gelson Merisio um forte nome para 2022 e que ele não deixará o partido. Também citou outros quadros como Leonel Pavan e Marcos Vieira, que também ofereceram o nome à disputa, mas disse que o partido também conversa com outras legendas para possibilidade de coligações. Nas últimas semanas, o PSDB participou de conversas com União Brasil de Gean Loureiro, ao lado de PSD e Podemos.
Merisio não respondeu ao contato da reportagem. Caso o ex-deputado queira mudar de partido para encabeçar outro projeto ao governo de SC, ele também precisaria se desfiliar do PSDB e ingressar na nova legenda nos próximos 40 dias, até 2 de abril.

Luciano Hang se filiará a algum partido para concorrer?
Outro suspense da eleição de SC é a possível candidatura ao Senado do empresário Luciano Hang, das lojas Havan. A previsão mais recente é de que ele anunciará o destino do projeto político após o Carnaval. Para concorrer a algum cargo em outubro, ele precisará estar vinculado a alguma legenda até 2 de abril. Ele já foi filiado ao MDB, mas atualmente não tem vinculo partidário.
Uma possível filiação de Hang ao PL passou a ser especulada após Bolsonaro escolher a legenda para concorrer à presidência. O comando do partido afirma que existe uma possibilidade, mas que nada foi acertado. A colunista da NSC, Dagmara Spautz, no entanto, já publicou que o empresário da Havan preferiria disputar o Senado por um partido sem vínculos com candidatos a governador, o que poderia ocorrer por legendas menores.
O presidente estadual do Republicanos, o deputado  estadual Sérgio Motta, informou que a legenda conversa com o empresário, mas que aguarda uma definição por parte dele. Hang teria reunião esta semana com o presidente Jair Bolsonaro antes de tomar a decisão sobre filiação. Além de PL e Republicanos, o Patriota também já foi outro partido especulado como possível casa para Hang disputar o Senado.

Como ficarão as federações partidárias?
Novidade da legislação eleitoral em 2022, as federações partidárias permitem uma união entre os partidos que deve permanecer por um período de quatro anos. É uma forma de contornar a proibição das coligações nos cargos proporcionais (deputados) e também de “testar” uma possível fusão entre partidos que venha a ser decidida futuramente.
O prazo previsto originalmente pela reforma política era 5 de agosto, o mesmo das candidaturas, mas uma decisão do ministro Luis Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), antecipou para 2 de abril, a seis meses da eleição. Em votação no início de fevereiro, o STF atendeu a pedido dos partidos e adiou por dois meses o prazo apenas na eleição deste ano. Com isso, as legendas terão agora até 31 de maio para oficializar as federações.
Por conta do adiamento do prazo, os partidos podem demorar mais para definirem a situação. Com isso, os reflexos no Estado também devem demorar mais para serem observados.
PT, PSB, PCdoB e PV, por exemplo, são partidos que conversam para formar uma federação. A união que teria na chapa Lula-Alckmin o grande destaque poderia refletir em SC com uma candidatura que unisse o PSB, prestes a filiar Dário Berger, e PT, que defende Décio Lima como candidato a governador. O PSDB e o Cidadania são outros dois partidos que também acertam detalhes no plano nacional para anunciar uma federação.

Vices, candidatos ao Senado e outros
Muitas das definições, no entanto, devem permanecer após o prazo de abril do calendário eleitoral. É o caso da definição dos candidatos a vice e também dos nomes que vão concorrer ao Senado. Esse arranjo pode até mesmo modificar o quadro da disputa pelo governo de SC, com nomes hoje apontados como pré-candidatos ao governo pleiteando uma vaga de senador ou até mesmo a deputado. Para isso, será fundamental a definição das coligações, que permanecem permitidas na eleição majoritária – para governador e Senado. O prazo para essas definições, de coligações e candidaturas oficiais, é 5 de agosto.
Fonte: NSC
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