Cachaça, dança e música marcaram um velório realizado em Guatambu, no Oeste de Santa Catarina. O funeral do imigrante venezuelano Emílio José Fernadez foi uma homenagem de familiares e amigos para relembrar momentos de alegria vividos juntos antes da partida do homem. Aos 41 anos, ele foi vítima de um infarto enquanto nadava em um rio.
De acordo com o agente funerário Diego Sales Branco, da Funerária São Cristóvão, a celebração de despedida foi realizada na casa de Emílio e contou com cachaça, muita dança e música.
“Eu nunca tinha visto algo assim. Uns choravam um pouco, depois estavam fazendo festa. Choravam e faziam festa, mas a maioria do tempo cantavam e dançavam”, comenta.
Ainda segundo Diego, o que mais lhe chamou a atenção foi a despedida antes da sepultura, na chegada do Cemitério Municipal de Guatambu.
“Carreguei o caixão até o carro para levá-lo até o cemitério, e me pediram para deixar as portas abertas. Além disso, me falaram que quando chegasse perto do cemitério, eles iriam carregar o caixão até a sepultura. Durante o cortejo eles vieram atrás bebendo, escutando música, jogando bebida no caixão. Estavam fazendo festa realmente”, salienta.
A celebração de despedida ocorreu na terça-feira (01) e em relato à equipe da funerária, a família disse que o ato de carregar o caixão é algo cultural.
A morte
Emílio morreu após sofrer um infarto em um riacho, no fim da tarde de domingo (27). O caso foi registrado por volta das 19h45, no interior de Guatambu. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, quando os socorristas chegaram ao local encontraram o homem já fora do riacho.
Ainda segundo os bombeiros, as pessoas que estavam no local também informaram terem realizado massagens cardíacas por cerca de 20 minutos, até a chegada do socorro, que confirmou a ausência de sinais vitais. Mesmo assim, os bombeiros iniciaram as manobras de ressuscitação cardiorrespiratória, mas não obtiveram êxito. Após avaliação do médico do Samu, que constatou o óbito, o corpo foi deixado aos cuidados da família.