O número de refugiados que fugiram do conflito entre Ucrânia e Rússia ultrapassou a marca de 1,5 milhão. Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), esta é a crise de refugiados que mais cresce desde a Segunda Guerra Mundial.
Em uma rede social, o Alto-Comissário para Refugiados da entidade, Filippo Grandi, disse neste domingo (6) que “mais de 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia cruzaram a fronteira para países vizinhos em dez dias. Esta é a crise de refugiados que mais cresce na Europa desde a Segunda Guerra Mundial”.
De acordo com informações da Guarda de Fronteira da Polônia, mais de 922 mil refugiados cruzaram a fronteira da Ucrânia nos últimos 11 dias quando a invasão russa começou no país.
Em uma rede social, a agência disse que 129 mil pessoas, recorde diário, cruzaram as fronteiras e seguiram para a Polônia no sábado (5), e quase 40 mil chegaram ao país entre 0h e 7h deste domingo. A Polônia é o país vizinho que recebe o maior número de refugiados entre os vizinhos da Ucrânia.
Segundo o conselheiro do ministério do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, ataques russos interromperam pela segunda vez neste domingo (6) os planos de retirada de civis da cidade de Mariupol, sudoeste do país.
“A segunda tentativa de um corredor humanitário para civis em Mariupol terminou novamente com bombardeios dos russos”, escreveu em sua conta em uma rede social.
A prefeitura de Mariupol havia anunciado uma nova tentativa de civis a partir das 12h (horário local, 8h no horário de Brasília), após a Rússia ser acusada de descumprir um acordo de cessar-fogo na região.
O serviço de segurança nacional da Ucrânia disse que as forças russas estão atirando contra instituto de física na cidade de Kharkiv que contém reatores nucleares. Segundo o serviço de segurança, um ataque à instalação nuclear pode levar a “desastre em grande escala.”
Retirada de civis
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou as autoridades ucranianas de prejudicar as operações humanitárias de retirada de civis de Mariupol, grande porto do sudeste da Ucrânia cercado pelas forças russas, durante uma conversa telefônica com o colega francês, Emmanuel Macron neste domingo.
Durante a conversa, Putin “chamou a atenção para o fato de que a Ucrânia continua a não respeitar os acordos alcançados sobre questões humanitárias” e acrescentou que os “nacionalistas ucranianos impediram a retirada” no sábado de Mariupol e Volnovakha, uma cidade próxima, informou o Kremlin.
Papa envia cardeais à Ucrânia
O Papa Francisco anunciou o envio de dois cardeais para a Ucrânia. “A Santa Sé está disposta a fazer tudo para se colocar a serviço da paz”, disse o pontífice.
Os enviados serão os cardeais Konrad Krajewski e Michael Czerny, chefe do escritório papal que lida com migração, caridade, justiça e paz. O Papa não especificou a qual cidade eles foram mas disse que eles representavam o vaticano e todos os cristãos com a mensagem de que “a guerra é uma loucura”.
O Papa Francisco pediu o fim da violência, o estabelecimento de corredores humanitários e o retorno das negociações entre Rússia e Ucrânia.
“Na Ucrânia, correm rios de sangue e lágrimas. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia morte, destruição e miséria”, disse ele em sua tradicional bênção dominical.
