Anvisa analisa pedido de uso emergencial de pílula anti-Covid – Foto: Divulgação/Pfizer
Foi recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), na quinta-feira (21), o uso do antiviral Paxlovid, fabricado pela Pfizer para pacientes com Covid-19 com sintomas leves.
O órgão, no entanto, demonstrou preocupação porque, como já aconteceu com as vacinas, os países de menor renda terão dificuldade para acessar o medicamento.
Especialistas da OMS disseram que “recomendam fortemente” a pílula da Pfizer, que combina nirmatrelvir e ritonavir. “É a droga de escolha” para pacientes não vacinados, idosos ou imunossuprimidos, segundo um artigo publicado no British Journal of Medicine.
O Paxlovid “reduz mais o número de hospitalizações do que as alternativas, tem menos riscos potenciais do que o antiviral molnupiravir e é mais fácil de administrar do que as opções intravenosas, como remdesivir ou tratamentos com anticorpos”, explicou a OMS.
As recomendações são baseadas em dois ensaios com cerca de 3.100 pacientes que mostraram que o Paxlovid reduziu o risco de hospitalização em 85%.
As indicações valem para maiores de 18 anos e não se aplicam a mulheres grávidas ou lactantes. Nem para pacientes com baixo risco de complicações porque os efeitos positivos são mínimos.
Os especialistas se abstiveram de emitir conselhos para pacientes com formas graves da doença devido à falta de dados.
A OMS apontou as limitações desses tratamentos como a necessidade de serem “administrados o mais rápido possível no início da doença”, o que exige acesso a um teste e um médico para confirmar o diagnóstico e prescrever a medicação.
O Paxlovid, por exemplo, é administrado por via oral durante cinco dias e, mais importante, menos de cinco dias após o início dos sintomas.
A OMS também solicita à Pfizer que seja mais transparente e aberta sobre o custo e a disponibilidade de seu comprimido e expanda sua licença para que possam ser produzidos mais genéricos.