INVESTIGAÇÃO - 26/04/2022 09:45 (atualizado em 26/04/2022 13:52)

Casa de câmbio em SC lavou e desviou mais de R$ 1 bilhão, revela operação

Atividades criminosas foram identificadas pelo Ministério Público Federal através de dados do Coaf; valores correspondem a transações entre 2013 e 2019
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Casa de câmbio em Garopaba com movimentação suspeita foi alvo de apreensão(Foto: Divulgação/PF)

O MPF (Ministério Público Federal) identificou através do Coaf (Controle de Atividade Financeira) movimentações suspeitas no mercado de câmbio catarinense, as movimentações criminosas se dão através de organização criminosa com sede em Garopaba no Sul de Santa Catarina.

Uma casa de câmbio na cidade teria movimentado entre 2013 e 2019 mais de R$ 1 bilhão o que seria incompatível com sua capacidade financeira, já que o faturamento anual é de cerca de R$ 7 milhões de reais, além da mesma casa registrar o recebimento de grande volume de dinheiro em espécie.

A operação denominada Cambio Barriga Verde foi deflagrada na manhã desta terça-feira (26), com o apoio da Receita e Polícia Federal com cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal de Criciúma em sete cidades catarinenses.

Cerca de 100 policiais federais, membros do MPF e servidores da RF (Receita Federal), cumprem as buscas em endereços de pessoas físicas e jurídicas nas cidades catarinenses de Florianópolis, São José, Criciúma, Garopaba, Imbituba, Urussanga e Itajaí, e, ainda, na cidade de Caxias do Sul, no Rio do Grande do Sul.


Após identificarem movimentações suspeitas, as forças de segurança constataram a ação de uma organização criminosa com sede na região de Garopaba, que se utiliza, em tese, de complexo esquema criminoso, que conta com a criação de diversos CNPJs (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), para dissimular a existência de filiais.

Para isso, o grupo utilizava os chamados laranjas para ocultar os reais beneficiários das operações fraudulentas usando empresas em nome de terceiros com o intuito de lavar o dinheiro e blindar o patrimônio resultante do esquema criminoso.

As forças de segurança apuraram ainda a existência de diversos depósitos realizados por terceiros, em volume total superior a R$ 2 milhões, destacando as transações com pessoas físicas que já possuíram vínculo empregatício com a empresa investigada.

Foram identificados fortes indícios de crimes contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Para combater a organização foi promovido o sequestro de veículos e imóveis de luxo ligados às pessoas investigadas, com o objetivo de impedir eventual esvaziamento do patrimônio acumulado de forma criminosa.

Durante o cumprimento dos mandados, a Receita Federal do Brasil busca identificar os beneficiários ocultos que enviaram recursos para a organização criminosa. As informações serão cruzadas com a base de dados da Receita Federal.

Valores com origem em sonegação ou outras origens ilícitas serão objeto de procedimentos fiscais com cobrança de multas de até 225%. Indícios de crimes serão reportados ao Ministério Público Federal, retroalimentando a investigação criminal.

Os investigados, na medida da comprovação de suas participações, poderão responder pelos crimes de operação ilegal de câmbio, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Por ainda estar cumprido os mandados judiciais, a Polícia Federal ainda não tem a quantia exata apreendida em dinheiro em espécie, bens e imóveis.

Fonte: ND+
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