De olho no Céu - 30/05/2022 17:31

Maior chuva de meteoros desde 1833 ocorrerá nesta madrugada e será visível no Brasil

Recomendar correção
Obrigado pela colaboração!
Sobreposição de registros dos três últimos dias da chuva de meteoros Tau-Herculídeas feito pelo Observatório Espacial Heller & Jung Observatório Espacial Heller & Jung / Arquivo

O mês de maio vai terminar com um belo espetáculo nos céus. Na madrugada de terça-feira (31), a chuva de meteoros Tau-Herculídeas poderá ser observada no Brasil em dois momentos: o primeiro a partir da meia-noite e o segundo a partir de 2h05min. Segundo os astrônomos, essa é a maior chuva de detritos espaciais deste tipo desde 1833. As informações são do Observatório Espacial Heller & Jung.

A Tau-Herculídeas é ocasionada por detritos do cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3), que está se despedaçando. Como é a primeira vez que o planeta interceptará a órbita dos detritos gerados pela fragmentação desse cometa, que começou em 1995, os estudiosos não sabem ao certo como o fenômeno ocorrerá, mas é estimado que durante o mês de junho ocorrerá um novo pico, mas com menor fluxo de rochas espaciais.

Chuvas desse tipo são o resultado do grande fluxo de detritos que passam próximo da órbita de algum cometa ou asteroide e que entram na atmosfera terrestre. De acordo com a estimativa dos astrônomos, durante o pico, o fenômeno poderá ser observado em todo o país. O primeiro pico será a partir da meia-noite com o resultado das trilhas de detritos deixadas pelo cometa em 1892 e 1941. Nesse caso, são esperados até 50 mil meteoros por hora no Brasil. Já o segundo, é resultado da ruptura de 1995 e poderá ser visto a partir das 2h15min. A taxa estimada para esse período no país é de 600 a 700 meteoros por hora, podendo atingir na fase de maior intensidade até 10 mil ou 100 mil rochas espaciais por hora.

De acordo com estimativa do Observatório Espacial Heller & Jung, entre as capitais brasileiras o fenômeno será mais intenso em Boa Vista com 53.866 meteoros por hora, seguido de Rio Branco (50.803), Manaus (48.101) e Porto Velho (47.556). Porto Alegre ocupada a 18ª posição, com 9.993 meteoros por hora.

Nos Estados Unidos e no México a chuva poderá ser vista com mais clareza do que no Brasil. Marcelo Zurita, diretor técnico da Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), disse em entrevista ao Correio Braziliense, que nos céus brasileiros será possível observar cerca de 10 a 30% da quantidade de meteoros que são observados nos dois países.

Segundo a Rede Brasileira de Observação de Meteoros, a chuva deverá durar de 20 a 30 minutos. Nesse período, são estimados 10 mil meteoros. No Brasil, estão previstos entre 42 e 57 mil meteoros por hora na região norte e 9 mil meteoros por hora na região que abrange Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo.

Dicas para observar o fenômeno

Para visualizar a chuva de meteoros, não é necessário nenhum equipamento como binóculo ou telescópio. No entanto, para uma observação melhor, as condições climáticas precisam ser favoráveis, como céu limpo e sem nuvens.

Os astrônomos também recomendam que para uma melhor experiência, a observação deve ser feita em lugares longe das luzes das grandes cidades e da poluição urbana. 

Para quem deseja tirar foto ou filmar o fenômeno, é preciso ser ágil porque a chuva é rápida. Aqueles que têm conhecimento fotográfico mais avançado e possuem equipamentos profissionais, devem usar fotografias de longa exposição e câmeras mais sensíveis.

Os especialistas recomendam que para ter uma melhor visualização da chuva, o observador deve olhar para o noroeste, na direção da constelação de Boieiro.

A fragmentação de 1995

O brilho do cometa 73p teve um aumento súbito em 1995. Nesse período, a rocha espacial se tornou 600 vezes mais brilhante do que sua magnitude média. Com isso, ela poderia ser vista até a olho nu, o que é incomum para um cometa com núcleo de apenas 1,5 quilômetro de diâmetro.

Um mês depois dos astrônomos detectarem o aumento do brilho, o núcleo da rocha espacial se partiu em pelo menos quatro grandes blocos, sendo que dois deles estavam em processo de desintegração. 

O processo de ruptura gerou uma enorme poeira cósmica, espalhando os detritos pelo espaço. Com isso, é formada anualmente uma chuva de meteoros conhecida como Tau-Herculídeas. Essa é a primeira vez que a Terra presenciará a passagem dos detritos gerados em 1995.

Chuva de 1833

A maior e mais conhecida chuva de meteoros foi nos dias 12 e 13 de novembro de 1833. A chuva, que foi chamada de Leônidas, ocorreu nos céus dos Estados Unidos.

Na época, devido a precariedade tecnológica, o fenômeno não foi previsto e isso gerou histeria na população. O desespero ocasionou, inclusive, alguns incidentes.

Fonte: Gaúcha / ZH
Publicidade
Publicidade
Cadastro WH3
Clique aqui para se cadastrar
Entre em contato com a WH3
600

Rua 31 de Março, 297

Bairro São Gotardo

São Miguel do Oeste - SC

89900-000

(49) 3621 0103

Carregando...