PRESO - 05/08/2022 14:41 (atualizado em 05/08/2022 14:57)

Técnico de vôlei é preso acusado de alcoolizar e estuprar atletas em SC

Homem de 31 anos é natural de São José e está preso em Florianópolis com diversas acusações de estupro; vítimas têm relatos 'pesados'
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O professor e árbitro de vôlei André Wilson Testa, natural de São José, foi preso no final da tarde da última quinta-feira (4) acusado de vários crimes de estupro contra menores de idade.
A investigação foi comandada pela delegada Marcela Goto, titular junto a DPCAMI (Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de São José).
Conhecido na comunidade e no meio esportivo da Grande Florianópolis e todo o Estado, André foi preso preventivamente depois de denúncias “pesadas” de vários atletas e ex-atletas.
André liderava um projeto frente ao ADC Terra Firme, equipe de vôlei que representava o município de São José em competições, em todo o Estado. André ainda era árbitro junto a Federação Catarinense de Vôlei onde chegou a trabalhar na função nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.
André foi indiciado por estupro de vulnerável, importunação sexual, além de violar dois artigos do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) o artigo 232, que diz respeito a humilhar e constranger adolescente; além do artigo 243 que é fornecer bebida alcoólica a menor de idade.
Ainda de acordo com o que foi repassado pela delegada Marcela Goto, André Testa estaria coagindo testemunhas no curso do processo.
“Os adolescentes mencionam outras vítimas nos depoimentos, mas assim que são vítimas que estavam meio que sendo coagidas por ele [André Testa]. Foram quatro depoimentos muito rico em detalhes, mesmo modus operandi”, revelou a delegada.
“O que a gente sabe é que ele esteve tentando avisar, pedir, coagir outras pessoas”, acrescentou. O pedido de prisão preventiva solicitado pela delegada foi rapidamente acatado pela juíza Janiara Maldaner Corbetta, da 1ª Vara Criminal de São José.
Ao ser intimado, na quinta-feira, André Wilson Testa foi até a delegacia, no bairro Kobrasol, se manteve em silêncio e não quis se manifestar acerca das acusações. Ele foi encaminhado ao sistema prisional de Florianópolis, no Complexo Prisional da Agronômica.
Embebedava vítimas
Mais de um depoimento deram conta que o professor, que era bom de conversa e fazia questão de conquistar a confiança de todos, sempre que podia levava para jantar.
Mais que isso, fazia questão que os atletas bebessem. Umas das vítimas revelou que, de tanta insistência do profissional, acabou cedendo. Revelou ainda que “muito bêbado” foi levado até um motel.
Boletim de ocorrência, que a reportagem teve acesso, onde uma das vítimas relata a postura do técnico – Foto: SSP/PC/Divulgação
Entre as represálias, as vítimas revelavam que ele aproveitava a condição de treinador para supostamente humilhar as vítimas e prejudicá-las, sobretudo, sempre que contrariado.
“Os relatos são muito fortes, são muito consistentes, são muitas acusações. Os depoimentos são decisivos. O que elas contam é bem forte” revelou a delegada Marcela, enquanto apontava para os relatos, sobre sua mesa.
Com um perfil de “treinador amigo”, André sempre teve facilidade em conquistar a confiança de todos. Dentre suas vítimas, diferentes classes sociais apesar da maioria ser oriundo de famílias de baixa renda.
Advogados
O advogado Leandro Henrique Martendal, do escritório Bertol Advogados, é o responsável pela defesa de André Testa.
A nota encaminhada é assinada por Leandro Henrique Martendal e  Marlon Charles Bertol:
“A prisão preventiva de André Wilson Testa é inoportuna, desnecessária e ilegal. A polícia apenas apresentou ilações e conjecturas e, com isso, não comprovou a imprescindibilidade da prisão preventiva, assim como não justificou o cabimento de outras medidas cautelares diversas da prisão.André é inocente e não são procedentes as imputações.
Federação Catarinense de Vôlei
A FCV (Federação Catarinense de Vôlei) enviou uma nota, nesta sexta-feira (5). A entidade revela que não recebeu denúncias.
[…]em nenhum momento recebemos qualquer tipo de denúncia envolvendo o Sr. André
A Federação Catarinense de Vôlei vem a público se manifestar perante a matéria publicada no dia de ontem (04/08/22) que ganhou repercussão pela gravidade dos fatos apontados.
Incialmente cumpre esclarecer que a FCV repudia qualquer ato de violência, assédio ou discriminação, o esporte, em especial o vôlei, não compactua com qualquer prática abusiva, pelo contrário trata-se de formar pessoas melhores e contribuir como opção saudável de vida.
Esclarecemos ainda que em nenhum momento recebemos qualquer tipo de denúncia envolvendo o Sr. André e que tão pouco tomamos conhecimento dos procedimentos policias ou judiciários visto que tramitam em segredo, porem, como medida preventiva no sentido de facilitar as investigações, o afastamos das suas funções até que os fatos sejam devidamente apurados pelas autoridades competentes.
CBV
A CBV (Confederação Brasileira de Voleibol), em nota, determinou “o afastamento imediato” do quadro da FCV (Federação Catarinense de Vôlei).
“[determina] o afastamento imediato do Sr. André de suas funções, além de suspender seu registro na entidade, não podendo atuar ou participar em nenhuma competição oficial de voleibol, até que os fatos sejam devidamente apurados.
A CBV reitera que repudia qualquer tipo de violência e assédio sexual e moral, e que luta de forma incessante por um ambiente pautado pela ética e pelo respeito, e livre de qualquer tipo de violência ou preconceito”, reiterou a nota encaminhada pela entidade.
Treinador ensaiou depoimento para coagir testemunha, diz polícia
O treinador chegou a coagir uma das vítimas durante as investigações. Segundo a delegada Marcela Goto, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI), André Testa teria simulado um depoimento com um dos atletas afim de garantir que ele negasse as acusações à polícia.
— O suspeito passou a coagir as testemunhas. Inclusive, com uma testemunha, ele [o treinador] chegou a simular uma situação onde ele seria delegado de polícia e passaria a fazer as perguntas, e a testemunha deveria responder negando os abusos sexuais — relata. 

Fonte: ND - mais
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