Com a segunda deflação consecutiva, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 8,73% no acumulado dos últimos 12 meses, patamar abaixo dos dois dígitos pela primeira vez desde setembro do ano passado. No ano, o índice tem alta de 4,39%.
A deflação do mês é novamente justificada pela redução das alíquotas do ICMS sobre gasolina e energia elétrica nos estados e pelo corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim de 2022. O alívio deve ser sentido pelas famílias até o fim deste ano.
"Houve aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto. No mês anterior, os preços da gasolina, que é o item de maior peso no grupo, tinham caído 15,48% e, em agosto, a retração foi menor (-11,64%)”, afirma Kislanov.
Os preços das passagens aéreas também caíram (-12,07%), após quatro meses consecutivos de alta. Segundo Kislanov, a sazonalidade é uma das explicações para esse resultado. “Essa é uma comparação com julho, que é um mês de férias e há aumento da demanda. Além disso, foram quatro meses seguidos de alta, o que eleva a base de comparação. Também há o impacto da redução do querosene de aviação nesse período”, avalia ele.
No grupo habitação (+0,1%), os preços da energia elétrica residencial (-1,27%) seguem em queda. “Os efeitos da redução das alíquotas de energia elétrica ficaram mais concentrados no mês anterior. Em alguns locais, como Vitória e Belém, ainda houve reajuste nas tarifas em agosto”, destaca Kislanov.