Os atropelamentos de animais silvestres na BR-282 tem chamado atenção, pois muitas das vítimas são de espécies ameaçadas de extinção. Um gato-maracajá foi atropelado no domingo (18) e um tamanduá-mirim na quinta-feira (22), ambos no Extremo-Oeste de Santa Catarina.
O biólogo Jackson Preuss divulgou duas fotos nesta semana que mostram os animais vítimas de atropelamento. Ele fala sobre a preocupação com o alto índice de atropelamento de felinos na região. O índice preocupa, pois boa parte dos animais sofrem com riscos de extinção, o caso do gato-maracajá, ou gato-do-mato.
“Estamos repassando orientação, por meio da mídia, para que a população tome cuidados redobrados nas rodovias a fim de evitar esses fatídicos. Infelizmente não temos corregedores ecológicos em nossa região”, explica o tenente.
Denúncia
O tenente explica que caso alguém atropelar é para avisar a polícia, pois se intende que não é proposital. “O crime só é configurado quando houver a intenção, no caso de o condutor realmente querer atropelar, quando tinha a intenção de ceifar a vida do animal, senão não haverá crime”
Nos casos configurados como proposital, com caracterização de dolo, a pessoa responde por crimes de maus-tratos e também a infração administrativa de maus-tratos. “Não temos casos neste sentido na nossa região, trata-se simplesmente de um acidente”, comenta.
Os riscos
Minuscoli explica não haver sinalização quanto aos cuidados com os animais silvestres que, eventualmente, atravessam a via, ele ressalta que existem outros fatores de risco. “Geralmente o pessoal respeita o limite de velocidade, mas um fator que prejudica é a visibilidade e a neblina na nossa região”.
Ações de preservação
O Estado conta com 10 Unidades de Conservação, a mais próxima de Paraíso é o Parque Estadual das Araucárias, localiza-se nos municípios de São Domingos e Galvão, na Bacia do Rio Chapecó. O Parque Estadual Fritz Plaumann, também localizado no Oeste de Santa Catarina, é situada em Concórdia.
Projeto de educação ambiental
Jackson pede esses espaços, pois é necessário respeitar um limite que pertence ao DNIT. “Estamos buscando os pontos para começar a desenvolver um projeto de educação ambiental voltado a conscientização sobre as principais espécies da nossa região e também sobre o risco de atropelar esses animais”.
Gato-maracajá
Jackson explica que é uma espécie que vive da costa mexicana até os países da Argentina e do Uruguai. O animal pode ser encontrado em quase todo o Brasil, com exceção do Ceará.
Tamanduá-mirim
O animal, de médio porte, pode pesar de 5 a 10 kg. Entre as características, chama a atenção a coloração dos pelos que é dourada com um “colete” de pelos pretos nas costas, por esse motivo pode ser conhecido também como Tamanduá-de-colete.