Foto: Marlus Pereira/Arquivo Pessoal
Uma vinícola usou 135 fogueiras para salvar uma área de vinhedos após a formação de geada na madrugada, em Campo Belo do Sul, na Serra catarinense. As informações são do g1 SC.
De acordo com o engenheiro agrônomo Marlus Pereira, a técnica foi usada em um hectare de terra, em uma plantação das variedades Pinot Noir e Merlot.
— Essa técnica é muito utilizada em vinhedos da França para amenizar a situação. Não há estudos específicos sobre o método, mas é uma alternativa para tentar salvar alguma área com brotação adiantada — explica.
Pereira explica, ainda, que as fogueiras são acesas apenas quando há previsão de geada e chances de danos nos parreirais, como necrose ou queima das plantas.
— Nós fazemos monitoramento do tempo para saber se vai ter geada e, 24h antes, já deixamos a área pronta [...]. A partir disso, vamos monitorando a temperatura. Quando chega a 1ºC, começamos a acender as fogueiras para manter o local aquecido — complementa.
No sábado, quando a técnica foi usada, a Serra catarinense amanheceu com geada e temperaturas negativas em algumas cidades, de acordo com a Epagri/Ciram. Ainda segundo Pereira, cada fogueira é montada com distância de 10 metros entre elas, aproximadamente, em uma área de um hectare.
Toneis, madeira, palha e diesel são usados na preparação.
— Nós começamos acender por volta da 1h com mais fogo do que fumaça, para manter aquecido, o que aumentou a temperatura na área em até 3°C. Foi bem positivo — diz.
Ao todo, o trabalho durou até às 6h, quando o risco de geada cessou e, então, as fogueiras foram apagadas.
— A geada necrosa os tecidos e impossibilita a produção de uvas e vinhos, consequentemente. E nós conseguimos salvar [a plantação] — pontua.