Nesta sessão, a moeda americana à vista despencou em sua maior queda percentual diária desde o recuo de 5,6% visto em 8 de junho de 2018. Na ocasião, a queda foi a mais expressiva desde outubro de 2008, determinada por uma intervenção do BC (Banco Central) no câmbio.
No fechamento, o índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 5,54%, a 116.134,46 pontos, máxima de fechamento desde 14 abril deste ano. Foi também o maior ganho percentual diário desde 6 de abril de 2020.
A movimentação positiva do dia leva em conta o desempenho melhor do que o esperado do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e a formação de um Senado conservador, o que melhorou a perspectiva de investidores sobre a agenda econômica do próximo governo.
"A performance de Bolsonaro mais forte do que o esperado tanto na eleição quanto no Senado/Congresso é positiva para os mercados", avaliam estrategistas do Citi em relatório. "Embora um segundo turno entre os dois candidatos fosse amplamente esperado, a composição do Legislativo obrigará Lula a moderar", completa o documento.
Entre os temores do mercado aparece o possível abandono da regra que fixa um limite para os gastos públicos, a principal âncora fiscal do Brasil, prometido diversas vezes pelo candidato petista. “O teto dos gastos, que tira dos pobres para dar aos ricos, aprofundou a agenda neoliberal na direção do Estado mínimo”, afirma Lula sobre a norma criada pelo ex-presidente Michel Temer.
No Ibovespa, o movimento é também embalado pela forte alta dos preços do petróleo no exterior. As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) saltaram 7,99%, a R$ 32,18. Banco do Brasil ON (BBAS3) registrou alta de 7,63%, a R$ 41,46, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN (ITUB4) teve elevação de 6,08%, a R$ 29,75 — máxima histórica de fechamento — e BRADESCO PN (BBDC4) ganhou 6,91%, a R$ 21,21 — a maior cotação de fechamento desde agosto de 2021.