O Parque Nacional Iguazú – Argentina informou nesta quarta-feira (19) que iniciou o processo de recuperação da passarela que leva à Garganta do Diabo, arrastada pela cheia do Rio Iguaçu, na última quinta-feira (13). Os estragos ocorreram na segunda vazão mais importante deste século no parque.
De acordo com o parque, a correnteza do Rio Iguaçu arrastou 51 dos 99 trechos da passarela que leva à Garganta do Diabo, razão pela qual permanece fechada. A vazão atingiu 16,5 mil metros cúbicos de água por segundo, o que equivale a 12 vezes a média anual. Essa foi a segunda maior vazão do século no parque.
“Nesse tipo de situação, temos um protocolo para enchentes que começa quando o Brasil informa a abertura das comportas das barragens em decorrência das fortes chuvas. A partir desse momento, iniciamos uma operação que consiste em retrair as grades das passarelas para que a água encontre menos resistência em seu trajeto”, explicou o parque em nota.
O trecho, que dá acesso à “Garganta do Diabo” do lado argentino, já estava interditado pelo risco que a vazão poderia apresentar à estrutura, e por isso nenhum visitante estava presente no momento. A parte da “Garganta do Diabo” do lado brasileiro também chegou a ficar fechada por alguns dias, mas já foi reaberta.A previsão é que a vazão do rio volte ao seu nível normal para iniciar a avaliação do estado das estacas de concreto da passarela que leva à Garganta do Diabo. O Parque disse que vai iniciar a construção de novas caixas de concreto, pisos e guarda-corpos, que foram arrastados pela água.
“Esperamos restaurar e reabrir o circuito da nossa maravilha natural muito em breve e lembramos a todos os visitantes que o Circuito Superior, o Circuito Inferior, a Trilha do Macuco e os Passeios Náuticos estão habilitados a desfrutá-los normalmente”, diz a nota.Segundo maior volume da história
As Cataratas do Iguaçu, considerada como o maior conjunto de quedas d’água do mundo, registraram na última quinta-feira (13) a vazão de 16 milhões e 500 mil litros d’água por segundo, segunda maior da história do Parque Nacional, que já chegou a 47 milhões de litros em junho de 2014.
O Parque também registrou uma recuperação no volume de visitantes até outubro desse ano: 1 milhão e 30 mil. O número, entretanto, ainda representa 70% da média de 2019, período anterior à pandemia, quando mais de 2 milhões de pessoas visitaram o local.As cataratas — do lado argentino e brasileiro — são famosas por terem o título do maior conjunto de quedas d’água do mundo. O grande volume de chuva que atingiu a região nos últimos dias assustou, mas, ao mesmo tempo, proporcionou imagens deslumbrantes das paisagens.
No Parque Nacional do Iguaçu, são catalogados 275 saltos, consagrando às Cataratas o título de maior conjunto de quedas d’água do mundo, bem como o de uma das Sete Maravilhas da Natureza.