Saúde - 14/11/2022 07:41

Diabetes é vista como pandemia e educação é a melhor prevenção; conheça os sintomas

O Brasil é o 6º país com o maior número de adultos entre 20 e 79 anos diagnosticados com o diabete mellitus: 16,8 milhões de pessoas
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O diabetes mellitus é uma das doenças que mais cresce no mundo, vista pelas instituições internacionais de saúde como uma pandemia de magnitude sem precedentes na história da humanidade. Atualmente, já são 537 milhões de pacientes diabéticos ao redor mundo. A doença é considerada a que mais impactará na saúde global no século 21.

Segundo o Atlas de 2021, da IDF (Federação Internacional de Diabetes), de 2019 até a atualidade ocorreu um aumento de 16% de diabéticos no mundo. A estimativa é que até 2045 serão 783 milhões de pessoas vivendo com a doença. O país com o maior número de portadores de diabetes é a China, com 92,3 milhões, seguida pela Índia, com 63 milhões, e pelos Estados Unidos, com 24,1 milhões. O Brasil é o 6º país com o maior número de adultos entre 20 e 79 anos diagnosticados com o diabete mellitus: 16,8 milhões de pessoas.

Por esse motivo, a IDF instituiu 14 de novembro como o Dia Mundial do Diabetes, e o lema da campanha deste ano é “Educação para proteger o amanhã”. Nessa data vão ocorrer diferentes ações sobre o diabetes na tentativa de fazer um alerta global sobre os perigos à saúde, amenizar o impacto da doença na sociedade contemporânea e melhorar a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes diabéticos.

Neste ano, serão 352 eventos realizados em 87 países. Além disso, desde 2006 importantes monumentos e construções das principais capitais do mundo vêm sendo iluminados de azul para destacar a relevância do Dia Mundial do Diabetes.

Aqui no Brasil não é diferente. Durante todo o mês de novembro, a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia realizam uma ampla divulgação sobre a doença por meio de diferentes ações realizadas em diversos estados brasileiros.

“O objetivo das ações do Dia Mundial do Diabetes é chamar a atenção da população sobre os riscos do diabetes, a importância do diagnóstico precoce, as formas de prevenção de complicações em pacientes diabéticos, além de ter uma função educacional para que diabéticos e não diabéticos optem por um estilo de vida saudável”, afirma a endocrinologista Cristina Schreiber.

Os dois tipos da doença

Diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue (hiperglicemia). Pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas, pelas células beta. A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células do organismo, de modo que possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Diferentes condições podem levar uma pessoa a desenvolver algum tipo de diabetes, entretanto a maioria dos casos está dividida em dois grupos: diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.

O diabetes tipo 1 pode ser detectado em exames de sangue a presença desses anticorpos. Geralmente o diabetes tipo 1 costuma acometer crianças e adultos jovens, mas pode ser desencadeado em qualquer faixa etária.

O diabetes tipo 2 é a forma mais comum dessa doença na população, visto que cerca de 90% dos pacientes diabéticos são DM 2. Nesses pacientes, a insulina é produzida pelas células beta pancreáticas, porém sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de resistência insulínica. Isso vai levar a um aumento da produção de insulina para tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível, surge o diabetes.

Se não reconhecido e tratado a tempo, o diabetes também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma. O diabetes tipo 2 geralmente está associado a um aumento de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos acima de 50 anos.

Prática esportiva e alimentação controlada para uma vida equilibrada

O funcionário público aposentado Deodoro Gomes Mendonça, 82 anos, há 40 anos foi diagnosticado com diabetes tipo 2, e desde então a prática da atividade física bem como uma alimentação saudável fazem parte do seu dia a dia. “Eu convivo bem com o diabetes, nunca tive a doença fora do controle, pois regularmente faço consulta com meus médicos, tomo as medicações, caminho três vezes por semana e sou muito cuidadoso com minha alimentação. Até minha nora que é confeiteira começou a fazer receitas sem açúcar para que eu possa comer sem problemas”, afirma Deodoro, que é viúvo, pai de quatro filhos e avô de sete netos.

O aposentado conta que sempre foi muito ativo e desde cedo praticava esportes, futebol de salão e de quadra, e também atletismo. Contudo, aos 50 anos teve uma lesão na bacia, o que o impediu de fazer atividades por muito tempo. Nessa época, Deodoro ficou pré-diabético: “Consegui que a doença ficasse estável durante 10 anos apenas seguindo as orientações de uma nutricionista do INSS e caminhando todos os dias”.

Ele conta que na juventude, quando lecionava ciências nas escolas, costumava ensinar sobre o que é diabetes para os seus alunos, a função do pâncreas e a importância da produção de insulina. “Nessa época, meus alunos me diziam que tinham parentes com diabetes, e eu achava que nunca teria”, recorda.

Em virtude da doença, o aposentado apresenta uma rigidez nos pés que o faz praticar fisioterapia semanalmente para melhorar os movimentos. A ida ao oftalmologista também é frequente, já que um dos riscos do diabetes é desenvolver problemas nos olhos. Periodicamente, ele é acompanhado por uma endocrinologista que avalia seus exames e administra sua medicação para manter a doença controlada.

No dia 15 de novembro, Deodoro vai comemorar 83 anos ao lado de seus familiares em um dos hotéis de águas termais catarinenses. Sem dúvida, ele é um exemplo de que com o controle do diabetes é possível ter qualidade e expectativa de vida.

Altos e baixos de ser uma paciente crônica

A pedagoga Julia Tocchetto, 32, descobriu que tinha diabetes tipo 1 em 2003, então com 13 anos. A paciente conta que apresentava muitos sintomas e que passava mal todos os dias na escola. “Tinha sede excessiva, muitas idas ao banheiro e um mal-estar constante, com tontura e visão embaçada, até que um dia minha mãe me levou ao médico, e aí veio o diagnóstico. No meu caso, meu organismo não produz insulina, e isso é para sempre. Por isso, é muito importante que se tenha um acolhimento e empatia por parte dos profissionais de saúde no momento do diagnóstico”, destaca Júlia.

Além disso, a paciente reforça a importância da educação em diabetes. “Defendo o processo educativo como condição para adesão e bom manejo glicêmico”, afirma.

Atualmente, Júlia é acompanhada por uma equipe multidisciplinar formada por endocrinologista, nutricionista, psicóloga e educador físico, o que a ajuda a lidar com a DM1 em todos os seus aspectos, orientando o tratamento e ajudando a compreender a sua condição de saúde.

Júlia conta que conviver com uma doença crônica tem seus altos e baixos. “A DM1 exige muito mentalmente, pois envolve o manejo ‘manual’ de algo que é ‘fisiológico’ e a tomada de decisões a todo momento: o que comer, quanto de insulina aplicar, como está a glicemia, como quero que esteja, é ou não o melhor momento para uma exceção”, diz. Outros aspectos também impactam na doença, como TPM, estresse, infecção, atividade física entre outros.

“Há momentos em que os cuidados com a DM1 são como escovar os dentes, e há outros em que a doença pesa mais. Por isso, é fundamental ter um acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, e uma boa rede de apoio, o que eu, graças a Deus, tenho”, avalia.

Quais os sintomas?

Diabetes tipo 1
Fome frequente
Sede constante
Vontade de urinar diversas vezes ao dia
Perda de peso
Fraqueza
Fadiga
Mudanças de humor
Náusea e vômito

Diabetes tipo 2
Fome frequente
Sede constante
Formigamento nos pés e mãos
Vontade de urinar diversas vezes
Infecções frequentes na bexiga, rins, pele e infecções de pele
Feridas que demoram para cicatrizar
Visão embaçada

Fonte: ND+
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