SAÚDE - 22/11/2022 13:47 (atualizado em 22/11/2022 13:59)

Infectologista alerta que novo remédio contra a Covid-19 não substitui vacinação

Em entrevista à Jovem Pan News, o Dr. Alexandre Naime falou sobre a comercialização do medicamento Paxlovid, produzido pela Pfizer, em farmácias e fez um apelo pela imunização
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Nesta segunda-feira, 21, a Anvisa liberou a comercialização do medicamento Paxlovid, produzido pela Pfizer, em farmácias. O remédio que age contra a Covid-19 também pode ser usado em hospitais, mas com a prescrição médica. Para falar sobre a inovação e também sobre a nova onda de casos e hospitalizações que atinge o Brasil, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Dr. Alexandre Naime. O especialista fez questão de ressaltar que o novo medicamento não isenta a população de tomar as doses de reforço da vacinação contra o coronavírus: “A gente conhece o ditado que é secular: ‘Prevenir é melhor do que remediar’. As vacinas vem prevenir que você tenha quadro de infecção leve de Covid-19 e, principalmente, hospitalização e óbito. Eventualmente, se mesmo vacinado você contrair  a Covid-19 e for dos grupos de risco, principalmente idosos e imunossuprimidos, o Paxlovid reduz consideravelmente a chance de hospitalização e óbito”.

“É o verdadeiro tratamento precoce, que tanto foi aprosado na pandemia com drogas que não tinham eficácia. Agora nós temos uma medicação que realmente funciona”, comparou. Naime ainda destacou que a nova medicação é importante aliada no combate à nova onda de casos: “[O Paxlovid] Ajuda demais porque estamos vendo um aumento no número de casos, um aumento bastante expressivo devido á circulação dessa subvariante BQ.1 e a BQ.1.1, que são vírus mais transmissíveis. Eles se ligam mais facilmente às células do trato respiratório alto e também, por conta das mutações, as variantes conseguem escapar do sistema imune. Muitas pessoas que não estão completamente vacinadas e principalmente aquelas que não tomaram a dose de reforço acabam sendo infectadas. E algumas delas são de grupo de riscos, idosos e pessoas que tem imunossupressão, essas podem evoluir para a Covid grave. Aí o Paxlovid, se usado nos cinco primeiros dias, reduz em 90% a chance de evolução para hospitalização ou óbito”.

O vice-presidente da SBI também falou sobre o processo de criação das vacinas bivalentes, que estão atualizadas com as variantes que surgiram, mas ressaltou que as vacinas de primeira geração ainda têm alta eficácia: “Muito provavelmente hoje, ou no mais tardar amanhã, a Anvisa vai soltar o parecer final e nós imaginamos que será no sentido de aprovação dessas vacinas bivalentes. As vacinas atuais, monovalentes, da Pfizer e Astrazeneca, elas continuam muito efetivas, mesmo para a variante BQ.1, naquilo que mais interessa que é a redução de hospitalização e óbito. Isso inclui a necessidade de dose de reforço (…). Você, que já tem mais de 60 anos, procure a sua dose de reforço. População abaixo desse patamar tem que tomar pelo menos a terceira dose. Alguns municípios já estão fazendo a dose cinco para idosos acima de 80 e 75 anos. As vacinas atuais ainda são muito boas, mas tendo as vacinas atualizadas vai ser ainda melhor”.

O especialista também comentou o estudo feito pela Fiocruz, que apontou que, se a vacinação tivesse começado mais cedo e avançado em um ritmo mais acelerado, as vida de 47 mil idosos poderiam ser poupadas. Além disso, 104 mil internações poderiam ter sido evitadas: “É muito triste essa história. Quando começou a circulação da variante Gama, foi uma variante que realmente dizimou a população brasileira em maio, abril e maio e nós não tínhamos ainda o quantitativo em 2021 para vacinar as pessoas e muitos idosos morreram. Era muito triste ir pro hospital, eu que sou linha de frente, nós tínhamos centenas de pacientes entubados e muitos deles indo a óbito. Agora, a situação é diferente. Como eu disse, as vacinas de primeira geração da Pfizer e Astrazeneca, fazendo a dose de reforço, elas conseguem diminuir o número de hospitalização e óbito de uma forma muito impactante, na faixa de 80 a 90%”.

Fonte: Jovem Pan
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